sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Kim Jong Il, questão nuclear e a luta pela paz


"Paz sem voz não é paz, é medo" - O Rappa

Com a morte de Kim Jong Il, dirigente máximo da Coreia livre (localizada ao Norte), a mídia aproveitou para vomitar suas velhas mentiras contra a nação socialista, entre elas a suposta "ameaça nuclear comunista" de Pyongyang, omitindo que por trás do programa nuclear coreano está um dos baluartes para a paz mundial (por mais contraditório que isso possa parecer).

Luta por soberania como parte essencial da história coreana
Historicamente a Coreia é uma nação cuja independência está sob ameaça. Habitada há cerca de 8000 anos, a península foi alvo de várias incursões estrangeiras, tanto antes, quanto depois da unificação definitiva dos diversos reinos locais (por volta do século IX). Durante a Idade Contemporânea essas incursões não pararam e no início do século XX o Japão conquistou a Coreia, levando está nação à décadas de humilhações e saques, que continuaram mesmo após a derrota japonesa na década de 1940, através da intervenção político-militar ianque (que se mantêm no sul da península até os dias de hoje). Felizmente, após anos de guerra, foi possível montar um Estado soberano no norte. Sob o socialismo o povo deste país tem realizado um esforço tremendo para garantir sua independência que é ameaçada cotidianamente pelos EUA e seus lacaios na região.

Um dos aspectos mais importantes para a garantia da soberania de qualquer nação é o aspecto militar e no caso coreano essa questão é ainda mais perceptível, levando o povo desse país a fundamentar teoricamente a relação entre poderio militar e a construção do próprio socialismo, através da chamada "Política Songun".

A questão nuclear
A mídia que ataca a Coreia socialista por causa de seu programa nuclear é a mesma mídia que omite o fato de diversas nações alinhadas aos EUA serem detentoras de um arsenal nuclear capaz de destruir o planeta dezenas de vezes, utilizando todo esse poderio bélico para amedrontar outros povos. Entre os possuidores de tais armas temos França, Inglaterra e os próprios EUA, além de possivelmente Israel.

A primeira vez que uma bomba atômica esteve na península coreana foi através do governo dos EUA (o único país na história a utilizar a bomba atômica contra pessoas, no final da II Guerra Mundial), que na década de 50 instalaram mísseis atômicos nos territórios do sul, apontados para a Coreia livre, numa clara tentativa de intimidação. Diante de tal fato, o governo norte-coreano (com a ajuda da URSS) iniciou suas pesquisas nucleares, levando a construção de reatores atômicos.

Mesmo sendo signatária do TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares), a Coreia manteve o seu direito à tecnologia nuclear pacífica intacto. O imperialismo chantageou durante anos a nação chefiada por Kim Jong Il, tendo o objetivo de desarmar completamente este povo, que sabiamente não deixou se levar pelo canto da sereia, culminando com a retirada do país (por vontade própria) deste acordo. É importante lembrar do caráter injusto do O TNP, pois o mesmo legitima os armamentos já existentes, legalizando o monopólio nuclear bélico por um pequeno grupo de países, tornando os demais reféns em potencial.

Na última década o programa nuclear coreano ganhou caráter militar e público, levando o país a um teste bem sucedido da arma atômica, incomodando ainda mais as nações imperialistas, especialmente os EUA.

O equilíbrio como baluarte da paz
A ameaça de uma nova guerra contra a Coreia socialista é constante. Desde o início desta década os EUA classificam o país como parte do chamado "Eixo do mal". Basta ver o destino de outras duas nações incluídas nessa lista (Iraque e Líbia) para perceber o grau de tensão sob o qual são obrigados a viver os coreanos.

O desenvolvimento nuclear bélico é fruto direto da falta de alternativas da Coreia livre. Só uma arma de tamanha potência pode impedir que os EUA invadam a península e, além disso, que utilizem a própria bomba atômica em qualquer região do mundo (incluindo a Coreia junto a China, como responsáveis pelo equilíbrio militar mundial).

Não é a primeira vez na história que a humanidade se vê ameaçada pelo perigo nuclear. Durante a Guerra Fria chegamos muito próximos da autodestruição e um dos fatores que impediram tal fato foi o desenvolvimento de armas nucleares por parte da URSS, estabelecendo um equilíbrio parcial entre as potências mundiais. A posição de Stálin sobre a bomba atômica deixa bem clara a questão.

“Os políticos dos Estados Unidos não podem deixar de saber que a União Soviética se coloca não somente contra o emprego da arma atômica, como também pela sua proibição e pela cessação de sua fabricação. (...) Os políticos dos EUA estão descontentes pelo fato de que o segredo da arma atômica seja possuído não só pelos Estados Unidos, como também por outros países e, antes de mais nada, pela União Soviética. Eles gostariam que os Estados Unidos fossem os monopolistas da fabricação da bomba atômica para que os Estados Unidos tivessem a ilimitada possibilidade de amedrontar os outros países. (...) Os interesses da manutenção da paz exigem antes de mais nada a liquidação de semelhantes monopólios e, depois, a proibição incondicional da arma atômica. Penso que os partidários da bomba atômica só aceitarão a proibição da arma atômica se virem que já não são mais os monopolistas de tal arma.”

Os comunistas são os mais interessados em estabelecer um mundo pacífico, mas não renunciaremos à liberdade para que se estabeleça uma falsa paz, baseada na opressão.

Por um mundo comunista, único capaz de assegurar a paz e a justiça!

Camarada Kim Jong-Il, presente!

Por Diego Grossi, colaborador do blog.