quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Informe da Embaixada: MINREX reitera la posición de la RPDC sobre la desnuclearización

Pyongyang, 26 de enero, Agencia Telegráfica Central de Corea (ATCC) -- El portavoz del Ministerio de Relaciones Exteriores de la República Popular Democrática de Corea(RPDC) publicó el día 26 la siguiente declaración:
Ahora, gracias a los esfuerzos sinceros de la RPDC, se crean en la Península Coreana algunas posibilidades de relajar la tensión que se aproximaba a la guerra y de reanudar el proceso de desnuclearización.

Se dinamizan también en los países vecinos los esfuerzos por fomentar y estimular eso.

Asegurar la paz y la estabilidad de la Península Coreana e impulsar la desnuclearización mediante el diálogo y negociaciones constituye hoy la aspiración comun de la sociedad internacional y la prioridad de la época.

Pero, se tornan cada vez más astutas las acciones de las fuerzas, que quieren alcanzar sus objetivos egoistas mediante el agravamiento de tensión y enfrentamiento, para obstaculizar el diálogo.

Para prevenir el círculo vicioso de tensiones en la Península Coreana donde están enmaranadas dos y tres veces las relaciones hostiles debido al inestable estado de armisticio existente durante más de medio siglo, es importante fomentar el ambiente de diálogo sin perder la oportunidad difícilmente dada.

Hay que tomar precaución de los criterios de poner condiciones unilateralmente y fijar artificialmente el orden de varios diálogos.

Discutir en los diálogos de diferentes vías los temas apropiados y desatar uno tras otro los nudos en el principio de buscar los puntos comunes dejando atras las diferencias, he aquí la verdadera actitud de conversar.

El problema nuclear de la Península Coreana fue surgido por la amenaza de guerra nuclear y la política hostil de EE.UU. contra la RPDC.

Por eso, resulta indispensable un método de diálogo que posibilite erradicar la causa de ese problema.

Es invariable la posición de la RPDC de desnuclearizar toda la Península Coreana.

También sigue inalterable la voluntad de la RPDC de implementar en todos los aspectos la Declaración Conjunta del 19 de Septiembre en el principio de igualdad y de acción simultanea.

Mientras continuen en la Península Coreana las relaciones hostiles entre la RPDC y EE.UU. y entre la primera y el Sur de Corea, la acción de una parte será vista por la contraparte como provocación.

La posición de la RPDC consiste en crear la fé mediante el diálogo y negociaciones para acabar con las acciones considerables como provocación y ella está dispuesta a esforzarse en conjunto en ese sentido.

La situación actual de la Península Coreana, que está en el dilema de distensión o tensión, demanda a los países interesados que tomen la valiente decisión de aprovechar la oportunidad de dialogar con la visión de potencias y la misión de la época.




sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Informe da embaixada: Kim Jong Il dirige en el terreno el Parque Zoologico Nacional


Pyongyang, 19 de enero (ATCC) -- El Dirigente Kim Jong Il, Secretario General del Partido del Trabajo de Corea y Presidente del Comité de Defensa Nacional de la República Popular Democrática de Corea, realizó la visita de orientacion al Parque Zoológico Nacional.

Ante todo, recorrió el monumento a la direccion en el terreno del Presidente Kim Il Sung construido nuevamente a la entrada del parque.

Al recordar con emoción la orgullosa trayectoria del zoo-parque, dijo que este lugar es un producto del gran amor del Presidente por el pueblo y agregó que se registrarán para siempre en los anales de la patria las imborrables proezas revolucionarias de el que vivió toda su vida para el pueblo.

Acto seguido, estuvo en varios lugares como el hospital veterinario nuevamente construido, el acuario y el establo de muestra de las habilidades de animales, donde averiguó en detalles el estado de administración y operación.

Se mostró muy complacido de que los funcionarios y empleados del zoológico dieran educación cultural a muchos visitantes protegiendo bien a los animales y organizando esmeradamente el programa de visita.

Luego, presentó las tareas programáticas que servirán de guía en la administración del parque zoológico.
Para acondicionar mejor este parque con vistas al futuro, hay que aumentar las especies de animales y consolidar la base material y técnica, apuntó.

Es preciso acondicionar el interior y el exterior de las jaulas con el fin de facilitar la visita y construir suficientes establecimientos de descanso, de modo que mayor número de trabajadores, jóvenes y niños puedan pasar aquí los ratos de vida cultural, enseñó.

Finalmente, expuso la esperanza y convicción de que los empleados del parque cumplirán magníficamente su honrosa misión y deber como servidores al pueblo.

Acompanaron al Dirigente en esta ocasión Mun Kyong Dok, miembro suplente del Buró Político y secretario del CC del Partido del Trabajo de Corea(PTC) y secretario responsable del Comité del PTC en la Ciudad de Pyongyang, Choe Thae Bok, miembro del BP y secretario del CC del PTC, y Thae Jong Su, miembro suplente del BP y secretario del CC del PTC.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cidadão sul-coreano é processado por se posicionar a favor da Coréia do Norte

Mais uma vez, um cidadão sul-coreano foi processado por apoiar o governo socialista da Coréia do Norte.
Há alguns meses assistimos perplexos um caso semelhante, que terminou com a condenação por quatro anos de prisão à uma cidadã da Coréia do Sul que possuía músicas norte-coreanas em seu Pendrive USB.
Pelo viso, o crime cometido por este cidadão de 54 anos, apelidado de Cho, foi ter publicado imagens e vídeos em seu blog Uriminzokkiri defendendo o líder norte-coreano Kim Jong Il. Também o acusam de utilizar um perfil da rede social Twitter para enviar mensagens exaltando o governo do norte.
Em agosto do ano passado foram divulgadas diversas notícias que diziam que o blog Uriminzokkire era dirigido pelo governo norte-coreano. Imediatamente o governo da Coréia do Sul deu a ordem para se proibir o acesso o blog de dentro do país.
Porém, essas notícias careciam de fundamento. Na verdade não era o governo norte-coreano que controlava o blog, mas sim um dissidente residente em seu próprio país, como demonstra esta última notícia.

O caso reflete a repressão que sofre a população coreana por parte de seu governo e nos faz ver como se aplicam a liberdade de expressão na Coréia das liberdades capitalistas. Na Coréia do Sul, como em todos os estados capitalistas do mundo, os inimigos são os que apóiam uma alternativa popular e/ou socialista-comunista ao capitalismo.    

Este cidadão sofrerá em sua própria carne a denominada “Lei de Segurança Nacional”, que contempla amplas penas de prisão para todo aquele que difundir propaganda favorável à Coréia do Norte e o comunismo.

Por mais que se empenhem, a Coréia democrática é a do Norte e a Coréia repressora é a do Sul, para as classes populares, é claro.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Publicada proposta importante da RPDC para melhorar as relações Norte-Sul


Pyongyang, 6 de Janeiro (ATCC) -- O governo, os partidos políticos e as entidades da República Popular Democrática da Coréia convocaram uma reunião conjunta sobre a grave situação existente na Península Coreana e entre as relações inter-coreanas.

Nesta ocasião debateram os importantes problemas para superar as dificuldades atuais e abrir uma nova fase para a paz e para a reunificação, publicando no dia 5 uma declaração conjunta.

Através desta nota, partindo da decisão patriótica de dar início a uma nova década de reunificação independente, paz e prosperidade conforme a vontade de todos os cidadãos coreanos, o governo, os partidos políticos e as entidades da RPDC propuseram as autoridades, aos partidos políticos e as entidades da Coréia do Sul os seguintes pontos importantes:

1.      Propomos apoiar amplamente o diálogo e as negociações com os partidos políticos e entidades do Sul, incluindo as autoridades sul-coreanas.

Com o enfrentamento não se pode resolver jamais o problema das relações intercoreanas e nem conquistar nada além de conflitos armados e guerra. Esta é a conclusão tirada dos 3 anos passados.
Para melhorarmos as relações inter-coreanas que se encontram em seu pior estado, conversaremos e negociaremos ativamente com as autoridades, os partidos políticos e as entidades do Sul, sejam autoridades civis, partido no poder ou opositor, progressistas ou conservadores.
Em particular, insistimos em iniciar imediatamente e incondicionalmente as conversações entre as autoridades que deteem o poder e as responsabilidades.

2.      Estamos dispostos a nos reunirmos em qualquer momento e qualquer lugar com os que desejam apertar as mãos da RPDC sem questionar seus antecedentes.
Para a grande causa da nação, vale mais o presente do que o passado e importa mais o futuro do que o presente.
Quando toda nação unir suas vozes e mobilizar sua inteligência e forças, se eliminará o perigo de guerra e se aproximará o dia da paz, da reunificação e da prosperidade.

3.      Discutiremos e resolveremos todos os assuntos importantes da nação, incluindo o abrandamento da tensão, a paz, a reconciliação, a unidade e cooperação, nos diálogos, negociações e contatos.

O Norte e o Sul da Coréria deverão tomar uma posição sincera nestes debates abandonando os interesses, estratégias e doutrinas fracionalistas e esforçar-se ativamente e buscar “na medida do possível” pontos de consenso.

4.      De imediato, propomos que ambas as partes cessem a difamação mútua e não pratiquem ações que provoquem a outra parte, a fim de criar um ambiente a favor do melhoramento das relações Norte-Sul.

Em meio a troca de difamações, calunias e ações provocativas, não se pode sustentar o dialogo nem as negociações, nem debater bem a agenda ainda que se sentem na mesa de dialogo.
Exortamos a não cometer desde agora calúnias e ações provocativas que aprofundem o mal entendido e a desconfiança e fomentam a confrontação e a hostilidade entre o Norte e o Sul.

A nossa posição mantém-se inalterada para melhorar as relações inter-coreanas, promover a reconciliação e a unidade da nação e abrir a fase transcendental da paz e da reunificação da Península Coreana através do diálogo e das negociações.  

O governo, os partidos políticos e as entidades da RPDC expressam a esperança de que sua proposta para superar a crise na Península Coreana nas relações Norte-Sul obtenham uma resposta ativa das autoridades, dos partidos políticos e das entidades da Coréia do Sul e sejam apoiadas e respaldadas por todos os coreanos dentro e fora do país, os governos, os partidos políticos, as entidades de todos os países do mundo, as organizações internacionais e os povos progressistas que amam a justiça, a verdade e a paz.

Tradução: Blog de Solidariedade à Coréia Popular
Fonte: Embaixada da República Popular Democrática da Coréia no Brasil

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Entrevista com Alejandro Cao de Benós


Levamos ao ar agora nossa segunda das várias entrevistas que realizaremos com personalidades que puderam visitar a RDP da Coréia. Caso não tenham acompanhado, nossa primeira entrevista foi feita com o camarada Elias Jabbour, geógrafo que visitou a RDP da Coréia em 2009, que pode ser visualizada clicando no primeiro link da parte direita da página do blog, no tópico ENTREVISTAS.

A entrevista desse momento é feita com o camarada Alejandro Cao de Benós y Perez. Alejandro é um espanhol e único estrangeiro que compõe o governo da Coréia Democrática Popular. No ano 2000, criou a Associação de Amizade com a Coréia (KFA) que promove intercâmbios culturais com o país. Viaja regularmente a Pyongyang a trabalho, é visto pelos coreanos como melhor amigo estrangeiro e está na vanguarda do movimento internacional de solidariedade à RDP da Coréia. Representa uma ponte entre a RDPC e o resto dos países do mundo.

Como fizemos questão de ressaltar na primeira entrevista com o camarada Elias Jabbour, as opiniões do entrevistado não refletem necessariamente as opiniões dos editores do blog. Compreendemos que a diversidade de opiniões das pessoas que viram de perto a realidade da RDPC pode ajudar o leitor a tirar conclusões próprias acerca do país.

Boa leitura a todos.

Assinado: Equipe do Solidariedade à Coréia Popular.
_________________________________________________________________

Solidariedade à Coréia Popular: Você é o único estrangeiro trabalhando no governo coreano. Você poderia nos falar de forma sucinta como você entrou em contato com o marxismo-leninismo e, mais especificamente, com a RDP da Coréia? Quando você visitou a RDPC pela primeira vez e qual foi sua impressão do país na época?


Camarada Alejandro, junto a militares norte-coreanas


Alejandro Cao de Benós: Quando eu tinha 13 anos de idade, já estava consciente sobre as absurdas desigualdades no mundo, onde 20% da população acumula toda a riqueza e todos os recursos, enquanto 80% do resto da população vive em dificuldades. Queria fazer algo para mudar essa situação. Tudo isso me levou a estudar filosofia e política, a aprender os fundamentos do marxismo e as experiências de diferentes países que tentaram construir o sistema comunista. Com 16 anos conheci, pela primeira vez, camaradas norte-coreanos em Madrid e criei uma organização juvenil de apoio à RDPC. Encontrei-me completamente identificado com a Coréia do Norte não só por causa do socialismo Juche, mas também por sua cultura e pela personalidade de seu povo.

Eu visitei a RDPC antes da "árdua marcha" [*observação nossa no final da entrevista] e minha impressão foi de o país estar vivendo em um sonho. Dessa maneira, encontrei meu lar revolucionário, meu lugar onde meus camaradas queriam construir uma nova sociedade baseada nos ensinamentos de nosso grande líder Kim Il Sung.

S.C.P.: No ano 2000, você criou a Associação de Amizade com a Coréia (KFA) como uma maneira de as pessoas conhecerem mais sobre a RDPC e sobre a luta do povo coreano. Com quais partidos políticos a KFA tem contato? Quais foram as principais conquistas que a KFA teve desde 2000 até hoje? Quais foram as principais dificuldades que a organização enfrentou? Que sugestão você daria para nós do “Solidariedade à Coréia Popular” aumentar o número de leitores?

A.C.B.: A KFA é uma organização cultural, independente, apartidária e sem fins lucrativos. Dessa maneira, não possui contatos com partidos políticos. Temos membros de diferentes países, camadas sociais e visões políticas, desde que os mesmos respeitem a RDPC e estejam interessadas em apoiá-la e em construir a amizade com a mesma.
 
Nossas principais conquistas foram contar com mais de 9500 membros em mais de 120 países e de ser um “ponto de encontro internacional” ou uma “ponte” entre a RDP da Coréia e o resto do mundo.

Camarada Alejandro
Enfrentamos muitas dificuldades. Comecei a levar a cabo a KFA sozinho há 10 anos atrás na frente de um computador. Naquela época, era bastante difícil para mim encontrar tempo a altas horas da noite, depois de um dia inteiro trabalhando. Depois, começamos a ter muitos ataques pela Internet, nosso site foi censurado na Coréia do Sul e fizeram a nós ameaças de todo tipo, mas nunca demos um passo atrás: cada dificuldade era uma inspiração para continuar progredindo. A vida do grande líder Kim Il Sung sempre foi a inspiração da KFA.

Sugiro que vocês continuem adicionando conteúdos e não deixem boatos influenciarem seus trabalhos. Foquem em suas missões. Os comentários inúteis e sem base devem ser jogados ao vento, porém suas atividades devem permanecer e inspirar as outras pessoas. Dessa maneira, a cada dia vocês terão cada vez mais apoio.

S.C.P.: Qualquer pessoa pode viajar para a RDPC? Quais são os direitos e as restrições dados àqueles que visitam a RDPC como turistas?

A.C.B.: Qualquer pessoa pode visitar a RDPC, com exceção daquelas que tenham passaportes dos EUA, da Coréia do Sul ou do Japão, que precisarão de protocolos especiais para entrar no país. As principais restrições são equipamentos de radio e telefone, ou propagandas imprimidas que não são permitidas entrarem no país. Câmeras fotográficas, em certos lugares, também são restritas.

 De qualquer maneira, a RDPC é o país mais seguro do mundo, então não há nada com o que se preocupar desde que o visitante respeites as regras e os conselhos dos guias coreanos.

S.C.P.: Durante os anos 1953-1990, a RDPC era um dos países do mundo com maior desenvolvimento e progresso. Enquanto a RDPC seguia o caminho do desenvolvimento e do socialismo, a Coréia do Sul estava afundada nas trevas da repressão militar-fascista dos Estados Unidos e tinha uma economia atrasada em relação à Coréia do Norte. Em quase todos os campos, a produção da Coréia Socialista superava a produção sul-coreana. Porém, no começo dos anos 90, a RDPC caiu numa série crise motivada pela queda do mercado socialista, por adversidades geográficas e naturais e por conta do severo embargo econômico imposto pelos imperialistas norte-americanos, fatores estes que levaram a sérias dificuldades econômicas e à escassez em vários campos, incluindo o sério desabastecimento alimentar que causou duros danos ao país. Desde o começo do novo milênio, porém, a RDPC vem superando gradualmente a crise e retornando à estabilidade econômica. De acordo com sua experiência na RDPC, como o povo coreano via a crise? Quais foram as conseqüências da crise? Na época da crise, os coreanos ainda mantinham-se apoiando o socialismo? O que o governo coreano fez para superar essa situação? Como está a situação econômica na RDPC nos dias de hoje?

A.C.B.: Os coreanos lutaram durante a época da crise com grande coragem e sacrificando tudo, inclusive suas próprias vidas, pela Revolução Coreana. Vi pessoas morrerem de desnutrição nas fábricas porque não tinham comida e queriam continuar trabalhando, produzindo. A pior época para a Coréia foi quando os estabelecimentos de comida foram fechados e não havia luz ou água potável. Porém, todos avançaram orgulhosamente sob a direção do grande líder Kim Jong Il, e superaram todas as dificuldades. Ao longo da década de 2000, a economia começou a se recuperar e, atualmente, cresce a um ritmo acelerado. Nos dias de hoje, as lojas estão repletas de bens de consumo e novas construções estão sendo finalizadas, como a recente construção de 100 mil novos apartamentos que são distribuidos gratuitamente aos cidadãos.

O governo conseguiu superar essa situação reduzindo gastos com a moeda estrangeira e desenvolvendo a indústria nacional independente, como a produção de nosso próprio coque para a indústria de ferro, nossos próprios fertilizantes e nossas próprias fábricas têxteis.

Os coreanos sempre acreditaram no socialismo. Caso contrário, o país poderia render-se ao mercado capitalista como Vietnã e China fizeram.

A situação atualmente encontra-se num clima de otimismo para que no ano de 2012 sejam abertas as portas para declarar a RDPC como uma poderosa potência econômica que ultrapassará o padrão de vida de qualquer país capitalista e demonstrará a superioridade do socialismo Juche não só militar ou politicamente, mas também no campo econômico.

S.C.P.: Nos dias de hoje, muitos membros do Movimento Comunista Internacional concordam que não existe modelo de socialismo, e que cada país deve construir o socialismo de acordo com sua realidade. A RDP da Coréia construiu seu socialismo através da via do Juche, que significa ir através da via que acredita que o homem é o dono do mundo e forja seu próprio destino. Os comunistas coreanos, desde o início da revolução anti-japonesa, defenderam que a Coréia deveria construir o socialismo de acordo com sua realidade, e não importando modelos de outros países. Levando em conta esses fatos, que lições a RDPC pode dar aos comunistas do mundo?

A.C.B.: Muitas lições: A primeira, não desistir de suas idéias (manter sempre o sentimento anti-revisionista e anti-fracionista). Muitos ‘grandes comunistas’ ou ‘grandes guerrilheiros’ esqueceram-se de suas idéias no momento em que chegaram ao poder. Outros, mudaram de lado por conta dos tempos difíceis. Por exemplo, a Coréia perdeu vários “amigos” estrangeiros em seus tempos de dificuldade, e só os verdadeiros amigos permaneceram.

Nosso grande líder Kim Il Sung, certa vez, disse que a Idéia Juche não pode ser copiada mecanicamente da Coréia do Norte, mas cada país deve encontrar seu próprio caminho para o socialismo, de acordo com sua cultura e suas características.

S.C.P.: Kim Il Sung foi o principal líder da Revolução Coreana. Depois de sua morte, em 1994, a principal liderança do país passou a ser seu filho, Kim Jong Il. Existe uma grande especulação por parte da imprensa ocidental que, depois da morte de Kim Jong Il, um de seus filhos irá assumir o posto de principal líder da RDPC. Você acha que existe a possibilidade de isso acontecer ou são apenas boatos? Se puder, faça comentários sobre a questão do “culto à personalidade” aos líderes e no que influência isso possui na vida do povo. O “culto à personalidade” dificulta a construção socialista na RDPC?

A.C.B.: Isso apenas demonstra uma falta de conhecimento sobre a história da Coréia e sobre a personalidade do povo coreano. As pessoas não conseguirão visitar a Coréia ou conversar com seu povo sem entender a cultura coreana, incluindo o budismo, para entenderem seu socialismo.

Kim Jong Il nasceu num campo militar durante a Guerra anti-japonesa. Ele não cresceu sob os cuidados de seu pai, mas sim sob os cuidados dos soldados. Desde muito jovem ele acompanhava o grande líder Kim Il Sung e demonstrava grande inteligência, sagacidade nos assuntos militares e governamentais. Dessa maneira, o povo quis que ele continuasse o legado do Presidente Kim Il Sung. Na RDPC, costuma-se dizer que Kim Il Sung e Kim Jong Il, na prática, são a mesma pessoa.

Sobre a nova questão de quem será o próximo líder, não passa de boatos da imprensa ocidental. A mesma declarou em outubro de 2010 que Kim Jong Un seria apontado como o próximo líder. Porém, depois do congresso do Partido, Kim Jong Il foi reeleito como secretário-geral.

Não se pode nomear um líder arbitrariamente. O mesmo deve demonstrar capacidade para sê-lo durante muitos anos e ser amado pelo povo.

“Culto à personalidade” é uma palavra de fabricação ocidental, que demonstra a ignorância da realidade da RDPC onde todos se sentem como uma família una e indestrutível, onde o centro de tal família é o pai (ou, no caso, o Líder). Pelo fato de outros povos não amarem seus respectivos presidentes como seus próprios pais, eles não podem entender o amor do povo coreano por seu líder.

S.C.P.: Com quais países a RDPC possui relações econômicas, políticas e/ou diplomáticas? Como a RDPC enxerga o Movimento Comunista Internacional e o crescimento dos movimentos progressistas na Venezuela, na Bolívia e em outros países da América Latina? Qual é a opinião da RDPC sobre os países que ainda mantêm a perspectiva socialista (RP da China, República de Cuba, Laos e República Socialista do Vietnã)?

A.C.B.: A RDPC possui relações com a maioria dos países do mundo, mas existem países com os quais a mesma possui laços especiais por conta de identidades históricas, como China, Rússia ou Camboja.

A RDPC enxerga positivamente os países que seguem o rumo do socialismo, especialmente os países latino-americanos por conta do estreitamento de relações com tais países, que outrora foram muitos influenciados pelos EUA.

Os princípios da RDPC nas relações estrangeiras são: independência, não-interferência em assuntos internos, paz, amizade e benefício mútuo.

S.C.P.: No que consiste o embargo econômico imposto pelos imperialistas norte-americanos? Como o embargo econômico dificulta a RDPC a manter relações amistosas com outros países do mundo?

A.C.B.: O embargo econômico é uma forma de tentar isolar e destruir o sistema socialista da RDPC. Isso consiste no total bloqueio tecnológico (o que significa que o país não pode progredir cientificamente), o bloqueio de contas bancárias (o que faz com que o país não possa fazer transações internacionais ou vender seus produtos), bloqueio das linhas de envio (os barcos de envio podem se atrasar, serem saqueados ou seqüestrados por tropas norte-americanas e por seus lacaios), e outro exemplo é o preço das ligações telefônicas internacionais, posta pelos EUA como uma das maiores do mundo.

Com um embargo em vigor, não podemos cambiar nosso dinheiro pela moeda externa (dólares dos EUA ou euros), o que dificulta mandar pessoas para outros locais ou abrir embaixadas em países estrangeiros, afetando diretamente nossa capacidade de fazer intercâmbios e outras atividades com o resto das nações.


[*] A "Árdua Marcha" da qual Alejandro Cao de Benós fala, refere-se ao perído mais difícil da revolução anti-japonesa na Coréia, no qual o Exército Popular Revolucionário da Coréia, liderado pelo General Kim Il Sung, atravessava a àrea do Monte Paektu no inverno que, lembramos, trata-se de uma das regiões mais frias do mundo nessa estação, com temperaturas que podem atingir os -60°C. O povo coreano também usa o termo "Árdua Marcha" para se referir à dura crise sofrida nos anos 90, como uma forma de relacionar essa época com tal período da luta armada na Revolução Anti-Japonesa.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Sistema Político na Coréia do Norte



"A fim de levar adiante exitosamente a causa socialista, a causa comunista, é preciso fortalecer o sujeiro da revolução e incrementar seu rol mediante a compacta aglutinação de todos os membros da sociedade em uma só força política, e exercer com rigor a ditadura sobre os inimigos de classe. A tarefa de mobilizar as massas populares na luta revolucionária e tarefa construtiva para a realização de sua independência só pode ser levada a cabo através do Poder popular baixo a direção do partido da classe trabalhadora."- Kim Jong Il em "DESPLEGUEMOS EN MAYOR GRADO LA SUPERIORIDAD DE NUESTRO PODER POPULAR" pg.3-4, 1992


Democracia Orgânica
O marxismo não esquematiza formas políticas para se alcançar o socialismo, que é um sistema econômico e não um modelo político.* Por isso o fato do estado norte coreano ser "produto de uma revolução comunista" não traduz o seu sistema político e suas peculiaridades.

Estudando a estrutura política norte-coreana e os textos de seus dirigentes, nota-se uma preocupação fundamental com a unidade, existindo um organicismo provavelmente maior do que das outras experiências socialistas. A sociedade é um todo único que caminha numa só direção. É uma concepção orgânica em oposição a concepção pluralista liberal, um ser político corpóreo no lugar da divisão de grupos de interesses. Essa concepção tem fortes influências confucianas.

"A democracia socialista exerce estritamente a democracia sobre as massas populares, porém a ditadura sobre os inimigos que de classe que a violam." - Kim Jong Il em "EL SOCIALISMO DE NUESTRO PAIS ES EL SOCIALISMO A NUESTRO ESTILO QUE ENCARNA LA IDEA JUCHE", pg. 29, 1990

A citação acima pode ser compreendida do ponto de vista que o sistema norte-coreano coloca a coletividade em primeiro plano, que no lugar das facções em contradição temos organizações de massa "cuidando do que é seu". Basicamente rejeita o conceito de liberal de "democracia para o indivíduo", tendo para isso respaldo teórico do marxismo e sua crítica a democracia liberal-burguesa. Apesar de existir o ato do sufrágio(que é essencialmente individual), este constitui um ato de legitimação e não de conflito - até porque os candidatos para chegarem a essa condição precisam já de alguma coletividade que os apoie. Os conselhos locais criam uma mentalidade coletiva, esta que é reforçada pelo processos de crítica e autocrítica - a participação acaba por gerar essa consciência de grupo e consequentemente os pontos abordados dizem respeito a questões coletivas, praticamente não envolvendo pontos pessoais. Como percebemos na citação, os individuos que se vão de encontro com o "Todo" acabam por ser reprimidos pelo mesmo.

Esta unidade é diretamente sustentada não na violência mas sim num igualitarismo radical(tanto em ideia quanto em condições - não existem proprietários) e na liderança carismática que, "encarnando a nação", dá coesão às massas caóticas permitindo que estas, no espiríto da Ideia Juche, sejam "donas do mundo"[sic] e realizem a "transformação socialista". Podemos notar uma forte influência confuciana em meio esta questão, já que tal filosofia tem uma forte ênfase na harmonia social baseada no líder como "Pai da Nação".

Isso demonstra o quão sem sentido são afirmações como "a Coreia é monarquista e não socialista", não somente devido a questionabilidade da alcunha de "monarquista" mas principalmente pela confusão entre sistemas econômicos e formas políticas. Visto que o marxismo não fornece orientações neste campo, é falacioso afirmar que houve um "desvio" em relação ao mesmo.

Centralismo Democrático
"O centralismo democrático constitui o principio básico que rege as atividades do Estado socialista, e o centralismo está organicamente relacionado com a democracia(...)" - Kim Jong Il em "LA DIFAMACION DEL SOCIALISMO NO SERA TOLERADA", pg.4-5, 1993

Se há um elemento que o sistema norte-coreano herdou do comunismo internacional este é o chamado CENTRALISMO DEMOCRÁTICO. O centralismo democrático pode ser considerado o principio de que uma direção se legitima e se guia através de suas bases, de que estas podem opinar porém sem quebrar a unidade.

Os órgãos dos Estado se estruturam pelo principio do centralismo democrático, onde os órgãos menores se submetem aos maiores. Estes são eleitos por eleições diretas e com sufrágio universal(todo cidadão adulto tem direito ao voto), e os eleitos devem prestar contas com os eleitores, estes que por sua vez possuem o direito de revogar os mandatos.

Linha de Massas
"Deve, pois, alguém que se torne príncipe mediante o favor do povo, conservá-lo amigo, o que se lhe torna fácil, uma vez que não pede ele senão não ser oprimido. (...) Concluirei apenas que a um príncipe é necessário ter o povo como amigo, pois, de outro modo, não terá possibilidades na adversidade. " - Maquiavel, "O Príncipe"

O regime norte coreano tem um ênfase especial na chamada "linha de massas", ideia segundo a qual os dirigentes tem que se manter sintonizados em relação as massas populares. Kim Il Sung fazia visitas frequentes ao interior e as fábricas, que além de criar um vínculo "líder-povo", permitia o dirigente "ver as coisas de perto". O engajamento do exército em atividades produtivas, o envio de quadros para níveis locais afim de implementar políticas e solicitar opiniões, as reuniões de crítica e autocrítica, grupos de estudo de política e as grandes mobilizações para diversos fins(produção ou educação) são alguns meios utilizados pelo regime norte-coreano para manter a "linha de massas". É interessante observar que nos textos de Kim Jong Il e nas cartilhas de educação de quadros existe uma ênfase especial no "combate ao burocratismo", de forma que vemos uma preocupação dos dirigentes em não criar uma contradição povo x administração ou a estagnação burocrática do sistema.

Conclusões
- O sistema político norte coreano se caracteriza pela unidade e o organicismo em contraposição ao pluralismo liberal que divide a sociedade em grupos de interesse(classes, partidos) e o estado entre níveis independentes(ex: governos municipal, estadual e federal). Isso automaticamente nos remete ao igualitarismo econômico que suprime as diferenças de classe e ao centralismo democrático criador um uno-político que supera contradições e localismos.

- Essa unidade que tem bases ideológicas na figura do "Grande Líder" que acaba por encarnar a coletividade. Esse esquema ascendente-unitário de "massas-líder" se cria através do centralismo democrático.

- O regime se legitima através de contato e interação com as massas. Tal contato permite não só que ele sobreviva como status quo como também possibilita a realização de suas tarefas de "transformação social". Este, naturalmente, também constitui um dos pilares da unidade.

André Ortega - colaborador do Blog de Solidariedade à Coréia Popular