quarta-feira, 21 de março de 2012

RPDC defende o direito de construir e usar seus satélites


Por ROSANITA CAMPOS

O governo da República Popular Democrática da Coreia – RPDC tornou pública no dia 17 de março a informação de que “como parte dos preparativos para o lançamento do satélite artificial de observação da terra “Kwangmyongsong 3”, os órgãos competentes da RPDC informaram os dados necessários à União Internacional de Telecomunicações, à Organização Marítima Internacional, à organização da Aviação Civil Internacional e outras instituições internacionais em cumprimento às normas e trâmites internacionais de praxe”.

Além de prestar as informações cabíveis o Comitê de Tecnologias Espaciais da RPDC convidou prestigiosos especialistas do ramo e jornalistas de vários países para visitar o campo de Lançamento de Satélites “Sohae” e o Centro de Controle Geral de Satélites para presenciar e ver ao vivo o lançamento do satélite “Kwangmyonsong 3”.

As forças hostis à RPDC como os EUA criticaram esse projeto descrevendo-o como “lançamento de míssil”, dizendo que “a Coreia está rompendo os acordos com os EUA”. E que dessa forma “este país não poderá entregar à RPDC as 240 mil toneladas de alimentos” prevista no acordo firmado com os EUA no dia 29 de fevereiro como uma reparação simbólica aos danos sofridos pelas sanções dos EUA e do Ocidente à RPDC durante os últimos anos.

O veículo lançador de satélite coreano não está sendo utilizado para o lançamento de um míssil, mas de um satélite como parte do programa de desenvolvimento tecnológico espacial da Coreia. Os EUA deveriam fazer uma consulta ao dicionário. No Aulete a definição de míssil está intimamente associada à destruição de um alvo: “Engenho de guerra com propulsão própria e que se lança para destruir um alvo”. Essa não é a função do VLS coreano.

Em verdade os EUA querem usurpar à RPDC o direito legítimo reconhecido mundialmente como comum aos países soberanos de terem acesso ao espaço. Exercer tal direito não constitui “provocação” a quem quer que seja. O lançamento de um satélite para investigação científica e desenvolvimento econômico não é privilégio de alguns países e a Coreia ao exercer esse direito não rompe nenhum acordo com os EUA, no qual em nenhum momento foi mencionado o lançamento de satélites na órbita terrestre.

O governo da RPDC através de um comunicado veiculado pela Agência Central de Notícias da Coreia reitera que “como anunciamos o “Kangmyongson 3” a ser lançado em Abril próximo é fruto do valioso trabalho de investigação científica realizado por nossos cientistas e técnicos com o propósito de desenvolver e usar os satélites artificiais para usos práticos, imprescindíveis para a economia nacional de acordo com os princípios da RPDC de uso pacífico do cosmos”, afirma o comunicado. E prossegue: “Quando lançamos anteriormente 2 satélites artificiais nosso país observou plenamente as correspondentes normas e costumes internacionais. Informamos às organizações internacionais correspondentes os dados necessários e declaramos nossa decisão de convidar os especialistas e jornalistas internacionais.

“No cosmo voam muitos Satélites dos EUA que se dedicam a espionagem de Estados soberanos. O Japão aperta os passos para estabelecer um sistema independente de espionagem no espaço ao lançar seus próprios satélites espiões dando asas às suas ambições de se tornar uma potência militar. A Coreia do Sul em duas ocasiões tratou de colocar em órbita seu satélite artificial usando plataformas de outros países. Não se pode tolerar em nenhum caso a pauta de dois pesos e duas medidas no caso da fabricação e lançamento de satélites. É injustificável o intento de tomar esse tema como pretexto de pressão político-militar e econômica contra a RPDC, finalizou o comunicado.

A República Popular Democrática da Coreia se mantém firme sustentando os acordos firmados em 29 de fevereiro passado que estabeleceram que os EUA deveriam considerar como primeira prioridade na reunião do Grupo dos Seis (China, RPDC, Rússia, EUA, Japão e Coreia do Sul) a realizar-se proximamente a discussão da suspensão das sanções contra a RPDC e o subministro da ajuda alimentar de 240 mil toneladas de alimentos como reparação simbólica. Para promover o espírito de diálogo e cooperação a RPDC decidiu suspender provisoriamente, enquanto se mantém esse diálogo, os testes nucleares, os testes com mísseis balísticos o enriquecimento de urânio e se dispôs a receber os inspetores da AEIA – Agência Internacional de Energia Atômica.

O acordo entre a RPDC e os EUA também fez referência quanto a importância de ser superada a situação de trégua criada pelo armistício da Guerra da Coreia em 1953 e que a situação evolua para a paz definitiva para que se conquiste a tão almejada segurança nuclear na península coreana.

Fonte: Hora do Povo