Compartilhamos com os leitores do blog um artigo escrito pelo camarada Dermot Hudson, fundador do Grupo de Estudos da Ideia Juche - Inglaterra. O presente texto apresenta de maneira bastante clara as principais formulações críticas feitas por Kim Il Sung e Kim Jong Il ao revisionismo moderno, que ganha enorme força com a chegada de Kruschev ao poder do Partido Comunista da União Soviética e atinge o seu apogeu com Gorbachev e a sua malfadada "Perestroika". Os revisionistas, ainda em nossos dias, seguem com suas caluniosas campanhas de difamação contra o socialismo e o comunismo, atacando especialmente a experiência de construção do socialismo na Coreia, que segue obstinadamente mantendo os princípios básicos do socialismo científico na construção socialista. Com a publicação deste texto o Centro de Estudos da Idéia Juche - Brasil, inaugura a publicação especial de uma série de textos de Kim Il Sung e Kim Jong Il visando apresentar aos trabalhadores brasileiros a posição anti-revisionista dos comunistas coreanos, que obviamente muito pode nos ajudar no combate ao revisionismo moderno.
A luta do Partido do Trabalho da Coreia contra o Revisionismo
Tal como fora exposto pela dirigente comunista russa Ninva Andreeva no seminário sobre a Ideia Juche celebrado em 1995, em Copenhagen, ao contrário da conhecida posição albanesa e chinesa acerca do revisionismo, se desconhece totalmente a minuciosa crítica feita contra o revisionismo moderno pelo Partido do Trabalho da Coreia.
O Partido do Trabalho da Coreia levou a cabo a luta contra o revisionismo a partir de uma posição própria. A posição do PTC parte da analise do famoso XX Congresso do PCUS, como o início do revisionismo moderno, ao contrário da visão daqueles que consideram o revisionismo como um fenômeno nascido na década de 80 e diretamente associado à figura de Gorbachev.
O novo secretário geral do PTC, camarada Kim Jong Il, afirmou em 1995 que “o processo de degeneração e colapso começou com a aparição do revisionismo moderno que denegriu o líder e a vanguarda revolucionária e distorceu e vilipendiou as ideias revolucionárias da classe operária”.
O PTC define o revisionismo como a negação da figura dirigente do partido marxista-leninista no processo revolucionário, assim como a renuncia da ditadura do proletariado e também uma veemente oposição ao fenômeno da luta de classes.
Isso significa na prática o abandono da luta contra o imperialismo e, portanto, representa um compromisso com ele. O revisionismo alimentou uma fictícia ilusão em relação ao imperialismo e freou o processo de libertação social e nacional dos povos revolucionários em todos os sentidos. O PTC afirma que, com o propósito de alcançar o seu odioso objetivo, o revisionismo se concentra em atacar a figura do líder, figura máxima do processo revolucionário, tentando minar sua autoridade e danificar o seu prestígio.
O PTC lançou o seu ataque contra o revisionismo em 1955. O PTC advertiu que a luta contra o revisionismo estava intimamente ligada à defesa da independência, evitando a tentativa de outras nações de assumir como próprias os princípios Juche.
Neste sentido, o camarada Kim Il Sung afirmou em sua obra Nossa Revolução Juche: “Em 1955 o nosso partido estava decidido e capacitado para estabelecer os princípios jucheanos, em um persistente e enérgico impulso de oposição como nunca antes havia realizado. O ano de 1955 representou o ponto de partida do nosso partido na luta contra o dogmatismo. Se inicia nesse ano, de fato, nossa própria luta contra o revisionismo moderno que estava emergindo no campo socialista. Nossa luta contra o dogmatismo está relacionada com a luta contra o revisionismo moderno”.
O camarada Kim Il Sung, em seu famoso e célebre trabalho “A eliminação do dogmatismo e do formalismo e a implantação da Ideia Juche nas tarefas ideológicas”, de 23 de dezembro de 1955, afirma que uma facção do PTC, depois de uma visita a URSS, havia proposto que a RPDC diminuísse suas consignas contra o imperialismo norte-americano do mesmo modo que a URSS estava fazendo para diminuir a tensão internacional. Era uma manifestação inicial da intenção de uma facção dentro do PTC de propagar o revisionismo no seio do Partido.
Foi em 1956 quando as questões comentadas alcançaram o seu auge. Kruschev se mostrou no XX Congresso do PCUS como o campeão do revisionismo moderno – a partir desse momento o revisionismo aflorou em um grande número de partidos comunistas – e o imperialismo lançou uma feroz campanha anticomunista a nível internacional.
Na Coreia do Sul, o regime títere de Synghman Rhee começava seus ataques com a chamada “Marcha ao Norte”, no momento em que o PTC já havia alcançado o objetivo de reconstrução econômica após a devastação causada pela guerra. Dentro do Partido, a facção revisionista que estava
esperando uma oportunidade para derrocar o líder com apoio exterior de movimentos revisionistas.
De fato a “organização irmã” do PCUS no Terceiro Congresso do PTC – que estava encabeçada por L.I. Brezhnev – realizou um velado ataque contra o líder do PTC. Isso ocorreu no começo de Agosto, quando a camarilha tentava concretizar seu golpe com consignas chauvinistas e revisionistas. Seu desejo era renegar o papel da liderança do Partido e acabar com a ditadura do proletariado. Pretendiam eliminar os pressupostos do PTC que foram forjados na luta contra o imperialismo japonês. Em suma, sua intenção era declarar a RPDC como uma “nação neutra” pró-americana.
Porém, o camarada Kim Il Sung conduziu o golpe do povo contra a camarilha antirrevolucionária. O camarada Kim Il Sung atacou os fraccionistas e revisionistas na Conferência do Partido no dia 6 de Março de 1958. Sobre os fraccionistas, afirmou: “Nenhuma facção é melhor que outra. Todas foram forjadas a partir do mesmo molde; são produtos da influencia do capitalismo no proletariado da Coreia”.
Falando sobre o revisionismo, o camarada Kim Il Sung afirmou: “O imperialismo e seus servos revisionistas estão estendendo o revisionismo em oposição ao marxismo-leninismo e ao movimento comunista internacional. Isso está sendo produzido também em nosso país, por grupos contrários ao nosso partido, que utilizam tais ideias para seus próprios fins, rechaçando a liderança do Partido com o objetivo de renunciar a revolução e render-se ao capitalismo. Porém, não somente temos a necessidade de lutar contra o revisionismo por ele rechaçar o papel da liderança do Partido, mas também devemos combater de maneira consciente todos aqueles que preparam o terreno para o revisionismo”.
Dirigindo-se aos soldados da 109º Divisão do Exército Popular da Coreia no dia 25 de agosto de 1969, o camarada Kim Il sung diz: “O revisionismo pretende ‘atualizar’ o marxismo-leninismo. Se consideram marxistas mais audazes que Marx e Lenin. Em muitos países se está instalando esta tendência. Afirmam a necessidade de chegar a uma coexistência pacífica com o imperialismo norte-americano”.
No começo da década de 60, o camarada Kim Il Sung sustentou que a luta contra o revisionismo moderno era a prioridade do partido, tal como afirmou o 4º Congresso do PTC. No dia 8 de Março de 1962, na terceira reunião plenária do Comitê Central do PTC, o camarada Kim Il Sung afirma que a luta contra o revisionismo a tarefa chave no trabalho do Partido. De maneira clara expos a verdadeira natureza do revisionismo moderno: as origens do revisionismo estão na aceitação da influência burguesa na vida cotidiana e a rendição frente as pressões externas de caráter imperialista. Tanto o revisionismo clássico como o contemporâneo possuem a mesma essência e os mesmos fins. Ambos renegam os princípios do marxismo-leninismo e pregam a renuncia aos esforços revolucionários com o pretexto de que os tempos mudaram.
Nessa época, o jornal Rodong Sinmun, órgão do PTC, publicou vários artigos que atacavam o revisionismo – destaque para o artigo “Apoiemos a libertação nacional” de 1962 e “Defendamos o campo socialista”, publicado em Outubro de 1962. Esses dois artigos foram traduzidos em diferentes idiomar e circularam por toda Coreia.
Na Coreia foi levada a cabo uma campanha de luta contra o revisionismo contemporâneio. O camarada Kim Il Sung alertou aos soldados da Infantaria sobre os perigos do revisionismo, e fez o mesmo com a Liga Socialista de Jovens Trabalhadores e outras organizações de massas.
No decorrer da década de 60, o revisionismo havia se convertido em motivo para sérios enfrentamentos dentro do movimento comunista internacional. O camarada Kim Il Sung e o Partido do Trabalho da Coreia se opuseram firmemente contra o revisionismo, ao mesmo tempo que mantinha sua defesa da necessária unidade do movimento comunista internacional. Em Outubro de 1966 ocorre uma conferência especial do PTC. Na dita conferência o Camarada Kim Il Sung atacou o revisionismo: “O revisionismo contemporâneo modifica substancialmente o marxismo-leninismo e paralisa seus princípios revolucionários com a desculpa de uma “mudança de situação” e “desenvolvimento criativo”. O revisionismo rechaça a luta de classes e a ditadura do proletariado. Reivindica que a classe operária lute contra o imperialismo, enquanto cria uma falsa imagem do imperialismo para obstaculizar o processo revolucionário do povo em prol da libertação nacional”.
Porém, Kim Il Sung reflete também sobre o fenômeno do oportunismo de esquerda surgido no movimento comunista internacional: “Devemos lutar contra o oportunismo de esquerda e contra o movimento oportunismo. Pretende reformar o movimento comunista acusando de dogmatismo ao marxismo-leninismo e tirando de contexto seus ensinamentos. Leva a cabo rações radicais sob slogans “ultra-revolucionários”. Isso provoca de fato o divórcio do partido em relação as massas, dividindo as forças e possibilitando o ataque do nosso principal inimigo”.
Da mesma forma, Kim Il Sung assinala que a luta contra o oportunismo tanto de esquerda como de direita está intimamente ligado a luta pela unidade do campo socialista e pela coesão do movimento comunista internacional, advertindo ao mesmo tempo em que a luta contra o revisionismo contemporâneo está ligada a defesa da independência nacional, devido ao perigo inerente que o revisionismo representa para a manutenção da independência nacional. Assim, afirmou, “se carecemos de independência e identidade e nos equivoquemos no rumo nesse momento, nossas políticas não perdurarão e perderemos nossos princípios básicos. Não se trataria de um problema temporário, mas sim um dano irreparável para a nossa revolução e sua construção, e se infligiria um grave dano ao movimento comunista internacional.
O camarada Kim Il Sung combinou a luta contra o revisionismo com o combate contra o imperialismo norte-americano. Muitos dos escritos do camarada Kim Il Sung tratam o problema do imperialismo dos Estados Unidos.
No começo da década de 70, o PTC renovou seu compromisso na luta contra o revisionismo contemporâneo. No Vº Congresso do PTC celebrado em Novembro de 1970, o camarada Kim Il Sung diz: “Devemos continuar intensificando nosso trabalho ideológico de luta contra o revisionismo, através dos membros do partido e dos trabalhadores”.
Se levou a cabo uma enérgica campanha contra o revisionismo. Em Fevereiro de 1971 o jornal Rodong Sinmun, assim como outros periódicos da República Popular Democrática da Coreia, publicaram um artigo chamado “Apoiemos a ditadura do proletariado e a democracia proletária”. Dito artigo foi editado pelo serviço de publicações em língua inglesa da RPDC e retransmitido através do serviço de língua inglesa da Rádio Pyongyang.
Entre outras questões, o citado artigo comentava recentes acontecimentos ocorridos em certos países socialistas em que o povo se voltou contra o partido e seus governantes, ficando comprovado o abando em ditos países da ditadura do proletariado. O artigo apresenta a ditadura do proletariado como uma questão chave: “Se assume ou se renuncia a ditadura do proletariado, se apoia a ditadura do proletariado ou pelo contrário a abandona, se aplica critérios para distinguir o marxismo-leninismo do revisionismo: está é a diferencia entre apoiar a revolução ou apoiar a contra-revolução”.
Aponta o imperialismo como inimigo declarado da classe operária, enquanto o oportunismo encobre o inimigo da classe operária e espera poder atacar a ditadura do proletariado. O artigo segue dizendo: “O inimigo mais perigoso do marxismo-leninismo, da ditadura do proletariado, do trabalho do movimento comunista internacional, é o revisionismo que vive oculto sob a máscara do marxismo-leninismo. Os revisionistas que são inimigos da causa da classe operária tentam reconstruir a democracia burguesa frente a democracia do proletariado, opondo-se a ditadura do proletariado. A ditadura do proletariado e a democracia são historicamente o ponto de enfrentamento entre o revisionismo e o marxismo-leninismo.
Desse modo, tal como explicava o camarada Kim Il Sung em finais de 1971, ainda que o revisionismo fora multilado graças aos esforços empreendidos pelos partidos marxistas-leninistas em todo o mundo, o perigo ainda existe dentro do movimento comunista internacional, pelo que o PTC se manteve vigilante na década de 70 e oitenta contra o revisionismo
O camarada Kim Jong Il é atualmente o novo Secretário-Geral do PTC, que já vê despontava na década de 70 como um grande líder do PTC pelo seu especial afinco na necessidade de preservar a luta contra o revisionismo. Na sua intervenção ante os resposáveis da Comissão de Agitação e Propaganda do Comitê Central do PTC no dia 25 de Dezembro de 1978 manifestava: “O revisionismo é um reflexo da ideologia capitalista que foi introduzida dentro do movimento comunista internacional. Se trata de um perigoso movimento contra-revolucionário. É necessário que aportemos elementos de reflexão para compreender a essência do revisionismo, quais são suas teorias econômicas, políticas e ideológicas de caráter errôneo, para podermos lutar contra ele com maior vigor.
Em meados e finais da década de 80 apareceu a mais perigiosa e destrutiva forma de revisionismo contemporâneo na figura do “gorbachovismo”. El camarada Kim Il Sung, o grande líder da Revolução Coreana, foi um dos primeiros líderes do mundo socialista em adverti-lo e denunciá-lo. Em Dezembro de 1986, na Assembléia Suprema do Povo, afirmou: “O governo do povo deve preservar-se das venenosas ideias do capitalismo e do revisionismo e lutar de maneira decidida contra as agressões que se querem afligir ao nosso sistema socialista”. O camarada Kim Il Sung elaborou o conceito da vitória definitiva do socialismo como via para assentar um golpe contra o revisionismo.
Durante um encontro com oficiais da seção econômica, em 3 de Janeiro de 1987, o camarada Kim Il Sung realizou a seguinte analise da posição da RPDC frente o conjunto do mundo socialista: “O revisionismo contemporâneo surgiu no seio do movimento comunista internacional e trouxe enormes dificuldades para nossa revolução. Com o pretexto de “reforma” e “reorganização do socialismo”, o revisionismo moderno segue o caminho do capitalismo e abandona os princípios do internacionalismo. Isto representa, na verdade, uma dificuldade em nossas expectativas de cooperação baseadas no internacionalismo e na construção do socialismo. Isto é ruim, pois exerce sobre nós uma perniciosa pressão pelo fato de não seguirmos uma linha equivocada, uma linha política revisionista”.
Falando com funcionários da industria química, em 20 de Março de 1987, Kim Il Sung afirmou: “Os funcionários devem opor-se energicamente ao revisionismo e estabelecer hábitos revolucionários em seu estilo de vida. Nós devemos viver ao nosso modo em todo momento, sem criar ilusões forjadas pelo revisionismo ou por reformas políticas que estão ocorrendo em outros países. Em especial, os funcionários em postos de responsabilidade, a medula de nosso Partido, não devem vacilar de nenhum modo. Eles não devem falhar, pois devemos viver ao nosso modo”.
Deste modo, o slogan “Vivamos ao nosso estilo” foi criado como forma de combater o revisionismo na década de 80. Kim Il Sung, com sabedoria e clareza, afirmou: “Para que nossos dirigentes nos livrem do revisionismo e do reformismo e possamos viver de acordo com o nosso próprio estilo, devem estar firmemente armados com a ideia juche de nosso partido”.
Assim, a poderosa campanha “Vivemos ao nosso estilo” para lutar contra o revisionismo foi apoiada pelo PTC em finais da década de 80. Especialmente importante foi a incidência de tal campanha no âmbito do desenvolvimento revolucionário da cultura nacional. Quando o socialismo desmoronou no Leste Europeu em 1989, o PTC permaneceu firme como uma rocha e foi capaz de desenvolver com êxito o XIII Festival da Juventude e dos Estudantes.
O PTC lutou contra o revisionismo contemporâneo, ao mesmo tempo em que trabalhava para estabelecera Ideia Juche com o objetivo de manter a independência. A Ideia Juche é uma ideologia própria baseada no conceito de que as massas são donas da revolução e da construção. Para que o povo possa assumir o papel de protagonista da revolucção, deve basear sua ação na criatividade e independência. O povo necessita de um partido revolucionário que não seja cópia de nenhum outro partido político, sem deixar os aspectos positivos de outras organizações e partidos estrangeiros. Kim Il Sung afirmou na época:
“Devemos estabelecer os princípios Juche no sentido de desenvolver e construir a revolução em um só país baseando-nos na atitude de sermos protagonistas – dominadores. Isto implica apoiarmo-nos na independência e abandonar a dependência, depender somente de nossas próprias mentes, de nossos esforços, e formamos um espírito de autosuficiencia, sendo capazes de resolver nossos problemas através de nossa própria capacidade e responsabilidade. Isto é, abandonar o dogmatismo e apoiarmo-nos na criatividade, nos baseando nos princípios universais do marxismo-leninismo junto com a experiência de outros países, porém tendo em conta as peculiaridades de cada um”.
“A Ideia Juche significa que o PTC se soma a linha de independência política, autosuficiência econômica e autodefesa. Desse modo, o PTC poderá resolver todos os problemas levando a cabo a revolução e construindo-a através de nossa ideologia e nossas crenças, sob nossa responsabilidade e sob os princípios de auto-confiança em nossa própria via para resolver todas as situações em prol do melhor interesse da revolução norte-coreana.
“O PTC é totalmente contrario a intervenção das grandes potencias, dogmas ou ideias relacionadas com forças estrangeiras, e rechaça categoricamente qualquer intervenção ou pressão estrangeira – seja dos grandes países socialistas, dos Estados Unidos e do Japão imperialista-. O PTC, guiado pelos princípios jucheanos, poderá estabelecer teorias e princípios construídos coletivamente e limpar o difícil e duro caminho da construção da revolução coreana.
“O povo da Coreia defenderá e preservará os princípios revolucionários do PTC. Formando na Ideia Juche, o PTC fortalecerá o povo coreano através das linhas políticas revolucionárias do partido, de alto orgulho e dignidade nacional, colocando em marcha nosso espírito revolucionário de autosuficiencia e nosso afeto revolucionário pelo nosso princípio “Vivamos ao nosso estilo”.
“Assim, aderindo estritamente a ideia Juche a linha da independencia, o PTC e o povo coreano não vacilará em se armar contra o revisionismo defendendo e dando maiores glórias ao estilo socialista da Coreia”.
Os camaradas Kim Il Sung e Kim Jong Il deram importantes contribuições teóricas e práticas à luta contra o revisionismo no seio do Movimento Comunista Internacional |
A luta do Partido do Trabalho da Coreia contra o Revisionismo
Dermot Hudson
Grupo de Estudos da Ideia Juche – Inglaterra, 8 de Dezembro de 1999
Tal como fora exposto pela dirigente comunista russa Ninva Andreeva no seminário sobre a Ideia Juche celebrado em 1995, em Copenhagen, ao contrário da conhecida posição albanesa e chinesa acerca do revisionismo, se desconhece totalmente a minuciosa crítica feita contra o revisionismo moderno pelo Partido do Trabalho da Coreia.
O Partido do Trabalho da Coreia levou a cabo a luta contra o revisionismo a partir de uma posição própria. A posição do PTC parte da analise do famoso XX Congresso do PCUS, como o início do revisionismo moderno, ao contrário da visão daqueles que consideram o revisionismo como um fenômeno nascido na década de 80 e diretamente associado à figura de Gorbachev.
O novo secretário geral do PTC, camarada Kim Jong Il, afirmou em 1995 que “o processo de degeneração e colapso começou com a aparição do revisionismo moderno que denegriu o líder e a vanguarda revolucionária e distorceu e vilipendiou as ideias revolucionárias da classe operária”.
O PTC define o revisionismo como a negação da figura dirigente do partido marxista-leninista no processo revolucionário, assim como a renuncia da ditadura do proletariado e também uma veemente oposição ao fenômeno da luta de classes.
Isso significa na prática o abandono da luta contra o imperialismo e, portanto, representa um compromisso com ele. O revisionismo alimentou uma fictícia ilusão em relação ao imperialismo e freou o processo de libertação social e nacional dos povos revolucionários em todos os sentidos. O PTC afirma que, com o propósito de alcançar o seu odioso objetivo, o revisionismo se concentra em atacar a figura do líder, figura máxima do processo revolucionário, tentando minar sua autoridade e danificar o seu prestígio.
O PTC lançou o seu ataque contra o revisionismo em 1955. O PTC advertiu que a luta contra o revisionismo estava intimamente ligada à defesa da independência, evitando a tentativa de outras nações de assumir como próprias os princípios Juche.
Neste sentido, o camarada Kim Il Sung afirmou em sua obra Nossa Revolução Juche: “Em 1955 o nosso partido estava decidido e capacitado para estabelecer os princípios jucheanos, em um persistente e enérgico impulso de oposição como nunca antes havia realizado. O ano de 1955 representou o ponto de partida do nosso partido na luta contra o dogmatismo. Se inicia nesse ano, de fato, nossa própria luta contra o revisionismo moderno que estava emergindo no campo socialista. Nossa luta contra o dogmatismo está relacionada com a luta contra o revisionismo moderno”.
O camarada Kim Il Sung, em seu famoso e célebre trabalho “A eliminação do dogmatismo e do formalismo e a implantação da Ideia Juche nas tarefas ideológicas”, de 23 de dezembro de 1955, afirma que uma facção do PTC, depois de uma visita a URSS, havia proposto que a RPDC diminuísse suas consignas contra o imperialismo norte-americano do mesmo modo que a URSS estava fazendo para diminuir a tensão internacional. Era uma manifestação inicial da intenção de uma facção dentro do PTC de propagar o revisionismo no seio do Partido.
Foi em 1956 quando as questões comentadas alcançaram o seu auge. Kruschev se mostrou no XX Congresso do PCUS como o campeão do revisionismo moderno – a partir desse momento o revisionismo aflorou em um grande número de partidos comunistas – e o imperialismo lançou uma feroz campanha anticomunista a nível internacional.
Na Coreia do Sul, o regime títere de Synghman Rhee começava seus ataques com a chamada “Marcha ao Norte”, no momento em que o PTC já havia alcançado o objetivo de reconstrução econômica após a devastação causada pela guerra. Dentro do Partido, a facção revisionista que estava
esperando uma oportunidade para derrocar o líder com apoio exterior de movimentos revisionistas.
De fato a “organização irmã” do PCUS no Terceiro Congresso do PTC – que estava encabeçada por L.I. Brezhnev – realizou um velado ataque contra o líder do PTC. Isso ocorreu no começo de Agosto, quando a camarilha tentava concretizar seu golpe com consignas chauvinistas e revisionistas. Seu desejo era renegar o papel da liderança do Partido e acabar com a ditadura do proletariado. Pretendiam eliminar os pressupostos do PTC que foram forjados na luta contra o imperialismo japonês. Em suma, sua intenção era declarar a RPDC como uma “nação neutra” pró-americana.
Porém, o camarada Kim Il Sung conduziu o golpe do povo contra a camarilha antirrevolucionária. O camarada Kim Il Sung atacou os fraccionistas e revisionistas na Conferência do Partido no dia 6 de Março de 1958. Sobre os fraccionistas, afirmou: “Nenhuma facção é melhor que outra. Todas foram forjadas a partir do mesmo molde; são produtos da influencia do capitalismo no proletariado da Coreia”.
Falando sobre o revisionismo, o camarada Kim Il Sung afirmou: “O imperialismo e seus servos revisionistas estão estendendo o revisionismo em oposição ao marxismo-leninismo e ao movimento comunista internacional. Isso está sendo produzido também em nosso país, por grupos contrários ao nosso partido, que utilizam tais ideias para seus próprios fins, rechaçando a liderança do Partido com o objetivo de renunciar a revolução e render-se ao capitalismo. Porém, não somente temos a necessidade de lutar contra o revisionismo por ele rechaçar o papel da liderança do Partido, mas também devemos combater de maneira consciente todos aqueles que preparam o terreno para o revisionismo”.
Dirigindo-se aos soldados da 109º Divisão do Exército Popular da Coreia no dia 25 de agosto de 1969, o camarada Kim Il sung diz: “O revisionismo pretende ‘atualizar’ o marxismo-leninismo. Se consideram marxistas mais audazes que Marx e Lenin. Em muitos países se está instalando esta tendência. Afirmam a necessidade de chegar a uma coexistência pacífica com o imperialismo norte-americano”.
No começo da década de 60, o camarada Kim Il Sung sustentou que a luta contra o revisionismo moderno era a prioridade do partido, tal como afirmou o 4º Congresso do PTC. No dia 8 de Março de 1962, na terceira reunião plenária do Comitê Central do PTC, o camarada Kim Il Sung afirma que a luta contra o revisionismo a tarefa chave no trabalho do Partido. De maneira clara expos a verdadeira natureza do revisionismo moderno: as origens do revisionismo estão na aceitação da influência burguesa na vida cotidiana e a rendição frente as pressões externas de caráter imperialista. Tanto o revisionismo clássico como o contemporâneo possuem a mesma essência e os mesmos fins. Ambos renegam os princípios do marxismo-leninismo e pregam a renuncia aos esforços revolucionários com o pretexto de que os tempos mudaram.
Nessa época, o jornal Rodong Sinmun, órgão do PTC, publicou vários artigos que atacavam o revisionismo – destaque para o artigo “Apoiemos a libertação nacional” de 1962 e “Defendamos o campo socialista”, publicado em Outubro de 1962. Esses dois artigos foram traduzidos em diferentes idiomar e circularam por toda Coreia.
Na Coreia foi levada a cabo uma campanha de luta contra o revisionismo contemporâneio. O camarada Kim Il Sung alertou aos soldados da Infantaria sobre os perigos do revisionismo, e fez o mesmo com a Liga Socialista de Jovens Trabalhadores e outras organizações de massas.
No decorrer da década de 60, o revisionismo havia se convertido em motivo para sérios enfrentamentos dentro do movimento comunista internacional. O camarada Kim Il Sung e o Partido do Trabalho da Coreia se opuseram firmemente contra o revisionismo, ao mesmo tempo que mantinha sua defesa da necessária unidade do movimento comunista internacional. Em Outubro de 1966 ocorre uma conferência especial do PTC. Na dita conferência o Camarada Kim Il Sung atacou o revisionismo: “O revisionismo contemporâneo modifica substancialmente o marxismo-leninismo e paralisa seus princípios revolucionários com a desculpa de uma “mudança de situação” e “desenvolvimento criativo”. O revisionismo rechaça a luta de classes e a ditadura do proletariado. Reivindica que a classe operária lute contra o imperialismo, enquanto cria uma falsa imagem do imperialismo para obstaculizar o processo revolucionário do povo em prol da libertação nacional”.
Porém, Kim Il Sung reflete também sobre o fenômeno do oportunismo de esquerda surgido no movimento comunista internacional: “Devemos lutar contra o oportunismo de esquerda e contra o movimento oportunismo. Pretende reformar o movimento comunista acusando de dogmatismo ao marxismo-leninismo e tirando de contexto seus ensinamentos. Leva a cabo rações radicais sob slogans “ultra-revolucionários”. Isso provoca de fato o divórcio do partido em relação as massas, dividindo as forças e possibilitando o ataque do nosso principal inimigo”.
Da mesma forma, Kim Il Sung assinala que a luta contra o oportunismo tanto de esquerda como de direita está intimamente ligado a luta pela unidade do campo socialista e pela coesão do movimento comunista internacional, advertindo ao mesmo tempo em que a luta contra o revisionismo contemporâneo está ligada a defesa da independência nacional, devido ao perigo inerente que o revisionismo representa para a manutenção da independência nacional. Assim, afirmou, “se carecemos de independência e identidade e nos equivoquemos no rumo nesse momento, nossas políticas não perdurarão e perderemos nossos princípios básicos. Não se trataria de um problema temporário, mas sim um dano irreparável para a nossa revolução e sua construção, e se infligiria um grave dano ao movimento comunista internacional.
O camarada Kim Il Sung combinou a luta contra o revisionismo com o combate contra o imperialismo norte-americano. Muitos dos escritos do camarada Kim Il Sung tratam o problema do imperialismo dos Estados Unidos.
No começo da década de 70, o PTC renovou seu compromisso na luta contra o revisionismo contemporâneo. No Vº Congresso do PTC celebrado em Novembro de 1970, o camarada Kim Il Sung diz: “Devemos continuar intensificando nosso trabalho ideológico de luta contra o revisionismo, através dos membros do partido e dos trabalhadores”.
Se levou a cabo uma enérgica campanha contra o revisionismo. Em Fevereiro de 1971 o jornal Rodong Sinmun, assim como outros periódicos da República Popular Democrática da Coreia, publicaram um artigo chamado “Apoiemos a ditadura do proletariado e a democracia proletária”. Dito artigo foi editado pelo serviço de publicações em língua inglesa da RPDC e retransmitido através do serviço de língua inglesa da Rádio Pyongyang.
Entre outras questões, o citado artigo comentava recentes acontecimentos ocorridos em certos países socialistas em que o povo se voltou contra o partido e seus governantes, ficando comprovado o abando em ditos países da ditadura do proletariado. O artigo apresenta a ditadura do proletariado como uma questão chave: “Se assume ou se renuncia a ditadura do proletariado, se apoia a ditadura do proletariado ou pelo contrário a abandona, se aplica critérios para distinguir o marxismo-leninismo do revisionismo: está é a diferencia entre apoiar a revolução ou apoiar a contra-revolução”.
Aponta o imperialismo como inimigo declarado da classe operária, enquanto o oportunismo encobre o inimigo da classe operária e espera poder atacar a ditadura do proletariado. O artigo segue dizendo: “O inimigo mais perigoso do marxismo-leninismo, da ditadura do proletariado, do trabalho do movimento comunista internacional, é o revisionismo que vive oculto sob a máscara do marxismo-leninismo. Os revisionistas que são inimigos da causa da classe operária tentam reconstruir a democracia burguesa frente a democracia do proletariado, opondo-se a ditadura do proletariado. A ditadura do proletariado e a democracia são historicamente o ponto de enfrentamento entre o revisionismo e o marxismo-leninismo.
Desse modo, tal como explicava o camarada Kim Il Sung em finais de 1971, ainda que o revisionismo fora multilado graças aos esforços empreendidos pelos partidos marxistas-leninistas em todo o mundo, o perigo ainda existe dentro do movimento comunista internacional, pelo que o PTC se manteve vigilante na década de 70 e oitenta contra o revisionismo
O camarada Kim Jong Il é atualmente o novo Secretário-Geral do PTC, que já vê despontava na década de 70 como um grande líder do PTC pelo seu especial afinco na necessidade de preservar a luta contra o revisionismo. Na sua intervenção ante os resposáveis da Comissão de Agitação e Propaganda do Comitê Central do PTC no dia 25 de Dezembro de 1978 manifestava: “O revisionismo é um reflexo da ideologia capitalista que foi introduzida dentro do movimento comunista internacional. Se trata de um perigoso movimento contra-revolucionário. É necessário que aportemos elementos de reflexão para compreender a essência do revisionismo, quais são suas teorias econômicas, políticas e ideológicas de caráter errôneo, para podermos lutar contra ele com maior vigor.
Em meados e finais da década de 80 apareceu a mais perigiosa e destrutiva forma de revisionismo contemporâneo na figura do “gorbachovismo”. El camarada Kim Il Sung, o grande líder da Revolução Coreana, foi um dos primeiros líderes do mundo socialista em adverti-lo e denunciá-lo. Em Dezembro de 1986, na Assembléia Suprema do Povo, afirmou: “O governo do povo deve preservar-se das venenosas ideias do capitalismo e do revisionismo e lutar de maneira decidida contra as agressões que se querem afligir ao nosso sistema socialista”. O camarada Kim Il Sung elaborou o conceito da vitória definitiva do socialismo como via para assentar um golpe contra o revisionismo.
Durante um encontro com oficiais da seção econômica, em 3 de Janeiro de 1987, o camarada Kim Il Sung realizou a seguinte analise da posição da RPDC frente o conjunto do mundo socialista: “O revisionismo contemporâneo surgiu no seio do movimento comunista internacional e trouxe enormes dificuldades para nossa revolução. Com o pretexto de “reforma” e “reorganização do socialismo”, o revisionismo moderno segue o caminho do capitalismo e abandona os princípios do internacionalismo. Isto representa, na verdade, uma dificuldade em nossas expectativas de cooperação baseadas no internacionalismo e na construção do socialismo. Isto é ruim, pois exerce sobre nós uma perniciosa pressão pelo fato de não seguirmos uma linha equivocada, uma linha política revisionista”.
Falando com funcionários da industria química, em 20 de Março de 1987, Kim Il Sung afirmou: “Os funcionários devem opor-se energicamente ao revisionismo e estabelecer hábitos revolucionários em seu estilo de vida. Nós devemos viver ao nosso modo em todo momento, sem criar ilusões forjadas pelo revisionismo ou por reformas políticas que estão ocorrendo em outros países. Em especial, os funcionários em postos de responsabilidade, a medula de nosso Partido, não devem vacilar de nenhum modo. Eles não devem falhar, pois devemos viver ao nosso modo”.
Deste modo, o slogan “Vivamos ao nosso estilo” foi criado como forma de combater o revisionismo na década de 80. Kim Il Sung, com sabedoria e clareza, afirmou: “Para que nossos dirigentes nos livrem do revisionismo e do reformismo e possamos viver de acordo com o nosso próprio estilo, devem estar firmemente armados com a ideia juche de nosso partido”.
Assim, a poderosa campanha “Vivemos ao nosso estilo” para lutar contra o revisionismo foi apoiada pelo PTC em finais da década de 80. Especialmente importante foi a incidência de tal campanha no âmbito do desenvolvimento revolucionário da cultura nacional. Quando o socialismo desmoronou no Leste Europeu em 1989, o PTC permaneceu firme como uma rocha e foi capaz de desenvolver com êxito o XIII Festival da Juventude e dos Estudantes.
O PTC lutou contra o revisionismo contemporâneo, ao mesmo tempo em que trabalhava para estabelecera Ideia Juche com o objetivo de manter a independência. A Ideia Juche é uma ideologia própria baseada no conceito de que as massas são donas da revolução e da construção. Para que o povo possa assumir o papel de protagonista da revolucção, deve basear sua ação na criatividade e independência. O povo necessita de um partido revolucionário que não seja cópia de nenhum outro partido político, sem deixar os aspectos positivos de outras organizações e partidos estrangeiros. Kim Il Sung afirmou na época:
“Devemos estabelecer os princípios Juche no sentido de desenvolver e construir a revolução em um só país baseando-nos na atitude de sermos protagonistas – dominadores. Isto implica apoiarmo-nos na independência e abandonar a dependência, depender somente de nossas próprias mentes, de nossos esforços, e formamos um espírito de autosuficiencia, sendo capazes de resolver nossos problemas através de nossa própria capacidade e responsabilidade. Isto é, abandonar o dogmatismo e apoiarmo-nos na criatividade, nos baseando nos princípios universais do marxismo-leninismo junto com a experiência de outros países, porém tendo em conta as peculiaridades de cada um”.
“A Ideia Juche significa que o PTC se soma a linha de independência política, autosuficiência econômica e autodefesa. Desse modo, o PTC poderá resolver todos os problemas levando a cabo a revolução e construindo-a através de nossa ideologia e nossas crenças, sob nossa responsabilidade e sob os princípios de auto-confiança em nossa própria via para resolver todas as situações em prol do melhor interesse da revolução norte-coreana.
“O PTC é totalmente contrario a intervenção das grandes potencias, dogmas ou ideias relacionadas com forças estrangeiras, e rechaça categoricamente qualquer intervenção ou pressão estrangeira – seja dos grandes países socialistas, dos Estados Unidos e do Japão imperialista-. O PTC, guiado pelos princípios jucheanos, poderá estabelecer teorias e princípios construídos coletivamente e limpar o difícil e duro caminho da construção da revolução coreana.
“O povo da Coreia defenderá e preservará os princípios revolucionários do PTC. Formando na Ideia Juche, o PTC fortalecerá o povo coreano através das linhas políticas revolucionárias do partido, de alto orgulho e dignidade nacional, colocando em marcha nosso espírito revolucionário de autosuficiencia e nosso afeto revolucionário pelo nosso princípio “Vivamos ao nosso estilo”.
“Assim, aderindo estritamente a ideia Juche a linha da independencia, o PTC e o povo coreano não vacilará em se armar contra o revisionismo defendendo e dando maiores glórias ao estilo socialista da Coreia”.