quarta-feira, 3 de abril de 2013

Entrevista com Eduardo Artés, primeiro-secretário do Partido Comunista Chileno (Ação Proletária)


Eduardo Artés respalda a Coreia do Norte: “os beligerantes são os imperialistas ianques”

Publimetro (site de noticias chileno) falou com o secretário geral do Partido Comunista Chileno (Ação Proletária), que crítica à ação dos EUA e apoia o país asiático. Ademais foi pré-candidato presidencial independente para a eleição de 2009-2010.
Camarada Eduardo Artés


Por esses dias a Coreia do Norte aparece em uma posição bastante afastada em relação à comunidade internacional e a política guerreira e beligerante de seu governo é, sob uma visão simplória, a principal responsável. Porém, nem todos são contrários à postura norte-coreana, não no Chile, ao menos. Publimetro conversou com o secretário geral do Partido Comunista Chileno (Ação Proletária) – PC(AP), Eduardo Artés (61), quem fustiga a ação dos EUA e respalda a de Pyongyang.

O Partido Comunista Chileno (Ação Proletária) (PC(AP)) tem se comunicado com representantes do Partido do Trabalho da Coreia do Norte (PTC)?

- Entre o PC(AP) e o PTC existe uma relação fraternal, baseada no apoio mútuo. Frente à perseguição imperialista contra a República Popular Democrática da Coreia (RPDC), estamos em contato permanente.

Seu partido justifica a ofensiva beligerante da Coreia do Norte e suas ameaças nucleares? Por quê?

- Os beligerantes são os imperialistas ianques, que tem a dezenas de milhares

de soldados ocupando a parte sul da Coreia. EUA têm mais de 5.000 bombas atômicas com as que ameaçam aos povos e países independentes, eles com seu poderio bélico destruíram o Afeganistão, Iraque, Líbia, e hoje preparam a intervenção na Síria. A RPDC para evitar essa tragédia tem desenvolvido seu poderio militar e nuclear e estão em seu pleno direito.

É arriscada a posição norte-coreana, tendo em conta o poder militar dos EUA, principal aliado da Coreia do Sul? Não chegaram demasiado longe?

- EUA é o capataz da Coreia do Sul, não seu aliado. O risco é para os EUA. A RPDC conta com o poderio suficiente não só para enfrentar as provocações e agressões imperialistas, mas também para infringir a derrota aos agressores.

Que busca a Coreia do Norte com tudo isto? 

- Defender sua existência, sua soberania e o socialismo.

Está de acordo com denominar a Coreia do Norte como um “regime”? E, foi irresponsável o líder Kim Jong-Un em sua ofensiva ou está de acordo com suas políticas?

- Na RPDC há um regime que amplia a participação popular, se não fosse assim com todo o bloqueio econômico e diplomático do imperialismo e seus sócios já não existiria. Os irresponsáveis, os que estão em ofensiva bélica, são os EUA e seus títeres da Coreia do Sul. A direção da RPDC só está aplicando uma política de defesa, está fazendo o que muitos hoje não fazem, não se ajoelha frente aos órgãos opressores como são a OTAN e o FMI.

Finalmente, o governo do Chile instou a Coreia do Norte a depor “sua atitude beligerante”. Que opiniões têm?

- O governo do Chile está amarrado por milhares de fios econômicos, políticos, culturais e militares aos EUA, atua no campo internacional como uma caixa de ressonância deste. Nós do PC(AP) exigimos do governo ao menos sinal de dignidade, que entenda que quando um país independente se nega a ajoelhar-se frente ao imperialismo, a independência e a dignidade de todos os países – e portanto do Chile – se fortalece e, ao revés, quando um país entrega sua soberania, todos os demais perdemos.

Original em espanhol disponível in www.publimetro.cl