sexta-feira, 20 de julho de 2012

KCNA rechaça falsos rumores sobre a destituição de Ri Yong Ho, antigo vice-marechal da RPDC

Reproduzimos aqui uma nota da Agência Central Coreana de Notícias, que rechaça os rumores que a imprensa internacional levantou contra a RPDC nos últimos dias. No dia 15 deste mês, Ri Yong Ho, antigo vice-marechal do Exército Popular da Coreia, outrora uma das principais autoridades do país, foi destituído por motivos de saúde de seus cargos, conforme notíciado pela agência de notícias KCNA. Tal fato abriu margem para uma série de especulações por parte da imprensa internacional quanto ao futuro do socialismo na Coreia Democrática, tentando dar a entender que Ri Yong Ho seria um "conservador que se opunha a mudanças". Pensamos que o texto seguinte responde bem isso.

Os EUA, Coreia do sul e outras forças hostis para com a RPDC estão espalhando rumores falsos relacionados a questões orgânicas do Birô Político do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia. Cumprindo função de liderança na campanha estão a FOX News, CNN, VOA, New York Times, Los Angeles Times e outras imprensas norte-americanas. Na Coreia do Sul, Choson Ilbo, Donga Ilbo, Korean Broadcasting System e outras imprensas conservadoras.

Os círculos de imprensa alimentaram o público com falsas informações, segundo as quais haveriam sérias disputas de poder dentro da liderança da RPDC e que a mesma abandonaria prontamente sua Política Songun, de dar prioridade aos assuntos militares.
Quem é nomeado ou destituído na RPDC não é problema de outros países.

Os rumores, que dizem que a doença de Ri Yong Ho não foi a causa da destituição, infringem a soberania estatal da RPDC por parte daqueles que fazem esforços monumentais para caluniá-la. O alvo dos rumores é quebrar a unidade monolítica que representa o maior poder da RPDC, desviá-la do caminho já escolhido e sufoca-la.

Não é por coincidência que o traidor sul-coreano Lee Myung Bak, coincidindo com os falsos rumores, defendeu a “unificação sob a democracia liberal” e a criação de uma “grande e unificada República da Coreia”.

Isso, contudo, não passa de uma utopia. A situação da RPDC prova que não haverá mudanças em seu caminho para o Songun, para independência, desenvolvida pelo Presidente Kim Il Sung e pelo dirigente Kim Jong Il. A unidade monolítica é inquebrável no país. O Exército e o povo da RPDC já tiveram a experiência da grandeza do respeitado Kim Jong Un. Absoluta é a confiança no respeitado camarada Kim Jong Un, que dá tudo de si ao povo, e sempre está entre ele.

As ditas “mudanças na linha” e “disputas pelo poder” papagaiadas pelas forças hostis são, na verdade, insultos intoleráveis que desafiam o quartel-general da Revolução Coreana, o Partido, o Estado, o Exército e o Povo da RPDC.

O que é realmente lamentável é que a imprensa de países próximos à RPDC esteja envolvida em tal odiosa campanha. Como a KCNA deixou claro no encontro mundial de imprensa feito recentemente, um pré-requisito para qualquer jornal é aderir estritamente aos princípios da imparcialidade, objetividade e exatidão, porque só assim irá cumprir a missão de informar corretamente a opinião pública.

A mídia individual dos países próximos à RPDC está espalhando falsos rumores com fins de “popularidade” e “peculiaridade”. Isso não condiz com a missão de qualquer imprensa, que deve aderir aos princípios da autenticidade, imparcialidade e exatidão, e nada disso contribui para melhorar as relações entre os países.

Tais imprensas não devem se levar pelas intrigas de tais covardes. Eles devem se manter fiéis e verdadeiros para que exista prestígio e dignidade entre a mídia.

Não importa o quão desesperadas estejam as forças hostis para espalhar rumores, elas nunca conseguirão frear o avanço dinâmico do exército e do povo da RPDC pelo caminho do Juche, liderados pelo Marechal Kim Jong Un.

O tempo provará a natureza ridícula dos rumores anti-RPDC.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Artigo do Partido Comunista do Nepal (Maoísta) sobre a RPDC

Compartilhamos com os leitores do blog, um interessante artigo escrito por um militante do então Partido Comunista do Nepal (Maoísta) – atual Partido Comunista do Nepal Unificado (Maoísta) – sobre sua visita à RPDC em 2008. O texto foi publicado originalmente na antiga revista partidária Red Star.


Por Krishna Bahadur Mahara

Após o encontro com o Embaixador da República Popular Democrática (RPDC) da Coreia no Nepal, aceitei o convite para ir à Coréia em setembro de 2008. Eu fui especialmente convidado pelo departamento de Informação e Comunicação da RPDC para compartilhar experiências bilaterais de informação e comunicação.

O poder político-coreano foi estabelecido através da realização de uma revolução histórica e contínua luta contra os resquícios de feudalismo nacional interno e contra o imperialismo externo.

Em nossa visita, nos encontramos com o presidente e quatro vice-presidentes do departamento de Informação e Comunicação da RPD da Coreia. Um dos quatro vice-presidentes nos acompanhou durante a nossa visita. Nós conversamos formalmente com o presidente e depois visitamos o Subdiretor-Geral do Departamento Internacional do Partido Trabalhista da Coréia. Nossa visita seguinte foi o presidente do Presidium da Assembléia Popular.

O povo coreano tem sua própria história estabelecida depois da guerra popular prolongada. Temos o nosso próprio entendimento claro de que a Coréia está estritamente lutando contra a intervenção do imperialismo. Portanto, estávamos curiosos para saber mais sobre a Coreia. É uma coisa natural ter relações de amizade entre um país que avança para construir o socialismo e o nosso partido, o PCN (Maoista). Embora a situação dos dois países seja bem diferente, nós sentimos que somos semelhantes em nossas agendas de independência, a nacionalidade e a liberdade do povo na construção de uma nação próspera, com uma visão estratégica. O governo da RPDC e o povo coreano possuem opiniões positivas em relação ao Nepal e povo nepalês.

Situação política da RPD da Coreia


Alguns de nossos amigos nos diziam que a visita da Coreia não seria tão frutífera. Eles nos disseram que a Coréia é um país isolado do mundo. Eles têm opiniões negativas em relação à Coréia. No entanto, quando chegamos à Coréia, vimos que este não era o caso. Pelo contrário, encontramos uma Republica Popular próspera e amplamente conectada com o mundo.

Quando vemos a situação política de qualquer país, devemos prestar atenção na a liderança e na ideologia desenvolvida. Kim Ill Sung desenvolveu a ideologia Juche como uma contribuição única para o movimento comunista internacional. O sistema político está sob o comando do Partido do Trabalho da Coréia. Muitas instituições e organizações estão operando livremente lá. Algumas das instituições e organizações têm ideias neutras. O Partido do Trabalho da Coreia assegurou a sua posição no poder. Sob o Presidium da Assembléia Popular, há um exército do povo e os poderes populares. Do ponto de vista da concorrência multipartidária, o sistema político da Coreia parece ser um sistema fechado, no entanto, não há nenhum sentimento de ser um sistema fechado quando entramos na parte interna do sistema político. Há um sistema de comitês do nível mais alto até o mais baixo; os cidadãos têm autoridade e direitos fundamentais. Há uma tradição democrática plena para fazer parte de discussões e debater abertamente.  Há um processo sistemático de exercer a democracia e sintetizar as opiniões do povo. Em nossa visita e conversas, nós sentimos que existe um ambiente harmonioso criado entre o poder do Estado, partido, instituições e organizações para discussão e debate. As pessoas aceitaram o poder político de coração. O poder político sempre aceitou e deu prioridade ao sentimento do povo e sua necessidade.

O Estado proporciona ensino gratuito e saúde. Todo mundo está empregado. O governo tem dado prioridade sobre os direitos fundamentais das pessoas. É totalmente responsável pelo povo. O povo coreano quer acabar com a demarcação entre Norte e Sul. Eles são a favor da unificação da Coréia. O povo coreano quer que o exército dos EUA deixe o sul. Eles desejam a unificação da Coreia sem intervenção externa.

Poder Político: autoritário ou democrático?

Em nosso ponto de vista, o governo que é imposto contra os interesses, ambições e aspirações do povo é autoritário. O governo da República Popular Democrática da Coreia é o mais democrático. Se o poder político é executado seguindo as aspirações do povo, não é totalitário. O poder político não pode ser totalitário. O governo é responsável por todos os setores do povo coreano. Existe uma relação estreita entre o governo e o povo. A acusação de "totalitário" é mera propaganda do imperialismo para esconder seus crimes em seus países "democráticos". O povo coreano nega esse tipo de propaganda imperialista.

Eu tive a oportunidade de ver alguns programas históricos e culturais do lugar. Nós assistimos a esportes, feiras culturais e festivais. Havia uma enorme participação voluntária das pessoas. Vimos que o poder político da Coreia não criou qualquer compulsão ou obstrução contra a vontade e aspiração do povo. Eles são livres para pensar e avançar para desenvolver o seu talento e habilidade. O governo tem dado prioridade aos pontos de vista mais fundamentais do povo. O governo respeita e atende a opinião pública e as aspirações dos coreanos.

O governo honra a qualificação e a capacitação dos médicos, cientistas, professor e estudiosos.

Observamos o Palácio de estudos do Povo. Os jovens têm boas oportunidades para desenvolver seu talento.

Não há divisão de classe desde as pessoas comuns ate o nível do governo. Todos têm a oportunidade de emprego. O governo tem atendido às necessidades primárias das pessoas de forma adequada e cientifica.

Condição econômica

A coisa mais importante é que a República Popular Democrática da Coreia tem o seu objetivo final de chegar ao socialismo. O poder do Estado tem desenvolvido os seus planos econômicos e programas seguindo o caminho do socialismo. A primeira coisa básica para isso é que ninguém está desempregado e todos estão contribuindo para assegurar o objetivo do socialismo. A segunda é que o trabalho de construir a infraestrutura esta progredindo rapidamente. Os Estados Unidos e a Europa estão agora no turbilhão da crise econômica. Eles atacam a Coréia só para esconder os seus defeitos e falhas. O poder Estatal fez um plano de quatro anos para conectar as estradas ferroviárias nacionais com as aldeias remotas do país. O governo ampliou a sua comunicação interna em todo o país. Na Coréia, as pessoas estão muito esperançosas sobre o futuro e a prosperidade plena da nação.

A economia da Coréia não esta nem atrasada nem avançada. No entanto, tem havido um grande desenvolvimento econômico e continua evoluindo progressivamente. É falso que o povo coreano está morrendo de fome. A base do progresso econômico é um sistema de cooperativa. Essas cooperativas são de pequeno, médio e grande porte. As pessoas trabalham nessas cooperativas para seu próprio sustento e para a contribuição a nação. Mesmo setores privados estão trabalhando lá. Há grandes hotéis. O governo aplicou uma medida para o investimento do setor privado.*

Tenho visto que a transformação sócio-cultural está progredindo rapidamente de acordo com a necessidade da Coreia. Na nossa visita de cinco dias na Coréia, viemos a saber que o governo se adaptou à velocidade do mundo, juntamente com a ciência e tecnologia. As pessoas são a favor da transformação sócio-cultural progressiva. Não há desigualdade e discriminação.

Ideia Juche e a aspiração do Povo

Duas coisas têm profunda influência sobre o povo: uma é questão da liderança e a outra é a questão da ideologia. As pessoas têm carinho e honra incomensurável à Kim Il Sung. Eles se dirigem a ele como "Pai da Pátria". A contribuição dada por Kim Il Sung à pátria e ao povo está diretamente relacionada com a liberdade e a independência do povo coreano. O Partido do Trabalho da Coreia adotou a ideologia Juche como sua ideologia orientadora.

A ideologia tem quatro aspectos. Primeiro, a ideologia Juche dá ênfase à unidade entre os trabalhadores, camponeses e intelectuais. Há o martelo, a foice e a caneta na bandeira do Partido do Trabalho da Coréia. Segundo, eles têm mantido a ideologia forte e concretizada na fórmula: "O homem é o senhor de tudo e pode decidir tudo." Ela se agarra fortemente na concepção e no espírito do marxismo-leninismo maoísmo, que "apenas as pessoas são os criadores da história".

O terceiro é o princípio da independência que significa "se manter sobre os próprios pés". O quarto é a forte unidade sentimental entre os líderes e o povo. Uma ideologia sem sentimento de massa é inútil. Não se pode servir a nação e seu povo.  Os coreanos dizem que Kim Il Sung possuía um profundo amor pelo povo.

Política militar

No curso de nossa visita, nós conversamos sobre o Exército Popular.  A Coreia chama sua estratégia militar de a "Política Songun". A essência dessa política é fazer com que o Exército Popular seja forte para defender o socialismo. O Exército Popular deve sempre ser forte para garantir a independência nacional e do seu povo.

A Coréia tem uma longa história de luta contra o imperialismo japonês e americano. Se revermos essa história, a política da segurança da nação é a obrigação da Coreia e do povo coreano. Criar um Exército Popular forte é uma necessidade para o povo coreano. Isto é necessário devido à guerra imposta pelo imperialismo, porque há uma longa história de massacres desumanos pelos imperialistas. Mais de 10 milhões de pessoas perderam suas vidas em tais intervenções imperialistas. Cada família coreana é uma família de mártires. Lá fomos ao Museu da Guerra. Após ver o Museu da Guerra, todos estão confiantes de que a política militar da Coreia é objetivamente correta.

Relações internacionais

No decurso da nossa visita, vimos a Exposição de Amizade Internacional. Havia inúmeros presentes e prêmios dados a Kim Ill Sung pelos amigos, instituições internacionais e pelo povo. Se tomarmos um minuto para cada item, levaria um ano e meio para olhar todos os itens. Não só de amigos internacionais, mas também das pessoas que Kim Ill Sung conheceu de toda a Coreia. Ele visitou muitos lugares no interior do país. Turistas em grandes números estão visitando a Coréia. Descobrimos que os turistas vagam em muitas áreas do país. Os turistas são provenientes da Europa, América e outros continentes também. Há sempre uma multidão de turistas para ver a exposição da amizade internacional. A Coréia adotou uma política  diplomática internacional, pacífica e amigável .


*Na RPDC a presença do capital estrangeiro é restrita a poucas zonas econômicas especiais, onde geralmente se realizam empreendimentos em conjunto com países como China, Coreia do Sul e Rússia. No país não existe propriedade privada dos meios de produção. Todos os hotéis coreanos, como o Hotel Koryo e o Hotel Yangakdo, são propriedades estatais. (Nota do Blog de Solidariedade à Coreia Popular)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Campanha de vacinação pentavalente é feita na Coreia socialista




Uma campanha nacional de vacinação pentavalente foi lançada na RPDC. A cerimônia inaugural da campanha foi feita no Palácio de Cultura do Povo em Pyongyang, na última quinta feira. Estavam presentes na cerimônia os ministros de Saúde Pública e Relações Exteriores, funcionários do Centro Higiênico Nacional, do Centro Anti-epidêmico e de outros estabelecimentos de saúde em Pyongyang, junto com membros e representantes do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e de outras missões diplomáticas e organizações internacionais na RPDC.

Na cerimônia, o Ministro de Saúde Pública Choe Chang Sik fez um discurso.

Segundo ele, a RPDC está pronta para introduzir a nova vacina pentavalente para o programa nacional de imunização, continuando:

“Com a introdução da vacina pentavalente, as crianças poderão ficar imunes da meningite e da pneumonia causadas pela Hib, assim como de doenças como tétano, difteria, hepatite B e pertussis, provendo-nos com uma boa expectativa para a redução da mortalidade infantil e da morbidez, cumprindo assim os planos das Metas do Milênio da ONU.

A introdução de vacina pentavalente foi precedida de planejamentos e várias atividades preparatórias em forte colaboração com o Ministério de Saúde Pública, UNICEF, OMS e AMVC.

As atividades preparatórias incluem o fortalecimento do sistema de resfriamento a nível nacional, o desenvolvimento de diretrizes para a introdução de uma nova vacina e o treinamento de todo os médicos e funcionários de vacinação no país. Essas atividades estabeleceram uma completa base para a introdução de vacina pentavalente no país inteiro.”

O ministro expressou seus agradecimentos a organizações internacionais e a seus representantes ativos na RPDC pelo sincero apoio ao país na implantação do programa.

Discursos congratulatórios foram feitos na cerimônia por Bijaya Rajbhandari, representante da UNICEF, e Yonas Tegegen, representante da OMS.

A cerimônia foi seguida de um curso técnico para vacinação pentavalente.

A vacinação pentavalente foi feita na Clínia Puksae no distrito de Morangbong, em Pyongyang, e no Hospital Popular Wonhwari no munício de Phyongwon, na província de Phyongan do Sul, no mesmo dia. Os representantes da UNICEF notaram que a RPDC tem feito grandes progressos nos projetos de vacinação e que essa foi a hora certa para a introdução da vacina pentavalente.

“A UNICEF é parte do time daqueles que apoiam o progresso do programa de vacinação. Nós estamos trabalhando bastante nos estabelecimentos de resfriamentos para preparações com o devido cuidado com vacinas adicionais na RPDC”, disse o representante.

Ele, assim como outros presentes, deu votos para que o atual programa de vacinação fosse implantado com sucesso. O papel da UNICEF existe para que os organismos internacionais tenham certeza que as vacinações estejam realmente acontecendo em municípios e comunidades rurais na RPDC, para que exista um plano de comunicação apropriado que faça com que todos estejam a par do uso da vacinação pentavalente, e para que exista um adequado suporte técnico, acrescentou o representante.


Por KCNA

 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

"Democracias Coreanas" - Origens

Por André Ortega

“O indicador pelo qual distinguimos democracia de pseudo-democracia reside na existência da participação do povo na administração estatal ou não.”


(Kim Il Sung, On the establishment  of the WPNK, em ON THE BUILDING OF THE WORKERS’ PARTY OF KOREA, Tomo 1, Foreign Languages Publishing House, Pyongyang, Korea, 1977, pg. 263)

Kim Il Sung disse isso em setembro de 1946. Atualmente a RPDC pode usar o mesmo argumento ao contrapor seus chamados organismos de poder popular (comitês locais, de fábrica) e organizações de massa ao sistema sul-coreano e suas eleições, porém naquela época conturbada a Coreia do Norte tinha mais motivos para se reivindicar a mais democrática e, neste discurso, Kim Il Sung fez questão de enumera-los, o que é sem dúvida interessante para observamos esses dois regimes que se proclamam democráticos.

Diversos foram as medidas tomadas pela ditadura militar de ocupação dos EUA que preocuparam Kim Il Sung (afinal elas diziam respeito ao seu poder e o triunfo da Revolução Coreana). Os comitês populares que nasceram da luta de liberação nacional (que teve o exército guerrilheiro de Kim Il Sung como vanguarda) não foram reconhecidos, foram dissolvidos e seus funcionários presos.  Enquanto na RPDC estabeleciam-se direitos políticos (tão enfatizados por Kim Il Sung no mesmo discurso) e os três grandes partidos (Partido Chongu, Partido Democrático e o Partido do Trabalho da Coreia, produto da união do Partido Comunista Coreano com o Novo Partido Democrático) mantinham suas atividades, as organizações políticas na Coreia do Sul eram forçadas à clandestinidade, inclusive partidos não citados anteriormente como o Partido do Povo (seu líder, Ryo Um Hyong foi duramente perseguido).  Os ianques campeões da liberdade, não contentes em suprimir as publicações democráticas da Coreia do Sul e prender diversos membros dos partidos democráticos da liberação, ainda criaram bandos terroristas que assassinavam patriotas nas ruas em plena luz do dia – ou seja, penamos muito para poder falar sequer de uma ordem normal.

O clima de desordem e falta de consenso fica claro nas repressões em massa feitas pelo regime. Em 15 de Agosto daquele ano mil trabalhadores da Mina de Carvão de Hwansun foram reprimidos com tanques, metralhadoras e baionetas ianques enquanto se dirigiram a cidade de Kwangju para a comemoração patriótica que ocorria neste dia. (mais tarde, em Maio de 1980, o regime filho desta ocupação protagonizaria o famigerado Massacre de Kwangju, levantamento popular generalizado de toda uma província que parece ser esquecido pela mídia ocidental que prefere a repressão de uma parcela insignificante da população chinesa formada por estudantes que protestou na Praça da Paz, em 1989)

É fato que Kim Il Sung fundamentou seu poder num amplo consenso. O regime sul-coreano, por sua vez, não nasceu de nenhum consenso e sim da necessidade dos norte-americanos de recorrer a uma ditadura militar que suspendesse todos os direitos políticos para garantir os interesses da New Korea Company (substituta da Companhia Oriental de Desenvolvimento, do imperialismo japonês) e cumprir imperativos geopolíticos (deter a “onda vermelha” que se alastrava no oriente e fazer frente a União Soviética).  Kim Il Sung, por sua vez, construiu um exército e atraiu ao redor de si diversos setores da sociedade na luta contra o imperialismo japonês, se aproximou dos partidos democráticos e no poder não tardou em garantir direitos políticos.  Pessoas de todas as classes (incluindo a burguesia) participavam dos comitês populares, os partidos democráticos seguiam suas atividades e floresciam as organizações de massa, sendo essas instituições os futuros pilares do “totalitarismo norte-coreano”.  No que diz respeito a gênese dos regimes, não importam esses títulos, porém fica claro que um foi construído com base no consenso e outro na base da coerção generalizada. É natural que o regime norte-coreano tenha recorrido a coerção e a repressão, como qualquer Estado, porém a diferença é que no caso  sul-coreano a repressão é o próprio modus vivendi do regime em seu nascimento. Kim Il Sung ao fazer a reforma agrária selou definitivamente sua principal base de apoio, o campesinato, maioria absoluta da população e principal classe da sociedade, ao passo que o governo militar de ocupação norte-americano simplesmente trocou os latifundiários japoneses por lacaios coreanos. Kim Il Sung, contando com apoio do operariado, nacionalizou as indústrias do imperialismo japonês e estabeleceu uma lei laboral, a ditadura militar de ocupação, por sua vez, não criou nenhuma lei laboral e “doou” as indústrias para empresas norte-americanas ou as deu como mais um suborno a seus lacaios locais.

A origem de cada um dos regimes é essencial na análise dos mesmos, já que o início pode nos ajudar a responder sobre o caráter de cada fenômeno no presente. Uma análise mais escrupulosa nos permite compreender melhor e posicionar-nos com mais clareza em relação ao conflito coreano. A Coreia do Sul segue sendo um país ocupado militarmente e a Lei de Segurança Nacional (promulgada pelo regime militar) segue em voga, cerceando as tão queridas “liberdades políticas”, proibindo manifestações e organizações de massa, assim como determinados esforços pro-reunificação.  A “democracia liberal” que nasce de uma ditadura militar originada de uma ditadura militar de ocupação que combateu todos os setores democráticos da sociedade coreana e a “ditadura totalitária” que nasce de um processo de décadas de libertação e reúne os setores democráticos em torno de si, realmente uma grande ironia.

(creio que alguns entusiastas da ciência política dirão que é natural que um “regime totalitário” construa nasça do consenso, que seria definido por sua forma e etc, o que de forma alguma desconstrói a intenção questionadora deste artigo).

domingo, 8 de julho de 2012

O Presidente Kim Il Sung


O Presidente Kim Il Sung, a quem as pessoas progressistas veneram infinitamente, mostrou exemplo na ajuda sincera a outros países.

Durante sua vida, encontrou-se com personalidades de muitos países, particularmente com chefes e estadistas de países recém-libertados e em vias de desenvolvimento. Sugeriu aos mesmos que consolidassem a independência política, manter a soberania, renunciar à ideia de depender de países estrangeiros e construírem uma economia e cultura nacionais e independentes.

Kim Il Sung auxiliou países recém-libertados na solução de problemas nacionais.

Na década de 70, o presidente togolês, chefe de uma numerosa delegação, visitou a Coreia. Togo, mesmo que estivesse independente há mais de 10 anos, passava grandes dificuldades e contratempos na construção de uma nova sociedade devido às maquinações dos imperialistas, que se apoderavam das concessões econômicas no país, e procurava receber auxílio de outros países. Nenhum país os ajudou sinceramente. Dessa maneira, o presidente togolês buscou socorro a Coreia, que desfrutava de grande prestígio entre os países em via de desenvolvimento. Em sua entrevista com o presidente de Togo, Kim Il Sung conheceu a situação do país, que sofria por escassez de quadros nacionais. Kim Il Sung sugeriu que o país construísse uma boa escola do partido, que seria denominada Escola Superior de Aliança Popular e construída na capital, que formou por decênios vários quadros competentes, capazes de dirigir a construção de uma nova sociedade no país.

Kim Il Sung se interessou muito por lograr que os países emergentes se apoiassem em suas próprias forças.

Em março de 1981, o presidente de um país africano visitou Coreia e se entrevistou com Kim Il Sung, ocasião em que o primeiro solicitou ajuda para o melhoramento da agricultura de seu país.

Kim Il Sung percebeu que o presidente tinha interesse pelo desenvolvimento do sistema de irrigação, mais especificamente por bombas d’água. Nessa ocasião, disse a ele:

“Podemos dar a vocês bombas d’água de grande potência. Porém, no futuro, vocês também devem produzir com seus próprios recursos produtos como bombas d’água”. Junto com o presidente, Kim Il Sung mostrou a ele uma fábrica de bombas d’água. Durante a visita à gábria, explicou a ele com detalhe sobre a construção e o desenvolvimento e disse a ele que o ajudaria a construir a fábrica de bombas d’água. Porém, tratava-se de uma preciosa advertência dada aos países em vias de desenvolvimento que, mesmo sendo necessário receber ajuda de outros, o principal era, em todo caso, se apoiar e confiar nas próprias forças.

Mais tarde, enviou a esse país uma potente delegação de agricultura. A ajuda dos agrônomos coreanos aumentou fez aumentar notavelmente a produção agrícola.

Kim Il Sung não se manteve alheio ao sofrimento dos países emergentes.

Certa vez, Malta, país insular do mar mediterrâneo, se viu numa situação crítica em que deveria mudar uma chaminé da única central termoelétrica do país. Se a planta parasse sua produção por somente uma hora, o país inteiro seria gravemente afetado. Informado disto, Kim Il Sung enviou a esse país técnicos competentes, que levantaram chaminés novas, sem deixar de por em funcionamento a central termoelétrica.

O magnífico teatro sem telhado, levantado na capital de Burkina Faso, e o Palácio Nacional de Guiana, tido como o melhor edifício monumental da África, foram ambos construídos com a ajuda dada por Kim Il Sung. A cidade de Butiama, na Tanzânia, deu uma colheita abundante pela primeira na história também por sua ajuda.

A inapreciável ajuda de Kim Il Sung aos países emergentes não se limitou ao setor da economia.

Certa vez, um chefe de Estado de um país da África ocidental, que havia estabelecido um Poder de caráter progressista em seu país, com o fim de resolver o problema da fundação do Partido e outras questões na construção de uma nova sociedade, enviou seu mensageiro especial a Coreia.

Kim Il Sung concedeu audiência ao enviado e deu a ele instruções que serviriam de preciosas guias para a construção do Partido, do Estado e do exército. Mais tarde, fez tudo o que foi possível para que nesse país fosse efetuada com êxito a fundação do partido e a mudança no nome do país.

Entre os países que por efeito dos ensinamentos e da ajuda de Kim Il Sung, empreenderam a construção de uma nova sociedade, encontrava-se também Moçambique. Samora Machel, presidente da Frente de Libertação de Moçambique, que mesmo que houvesse conquistado a independência de seu país, sofria por não saber resolver problemas complexos como a construção do Estado e questões relacionadas à vida populacional, visitou a Coreia. Em seu encontro com ele, Kim Il Sung explicou com palavras fáceis experiências adquiridas pela fundação do partido, do Estado e do exército, sobre formação de quadros, organização de entidades sociais, e sublinhando a necessidade de se aplicar de maneira criadora e de acordo com a realidade de seu país as experiências alheias.

Não só ele, mas, também, Museveni de Uganda, Lansana Conté de Guiné, dirigentes e estadistas de muitos países que tomaram o caminho da construção de uma nova sociedade, se encontraram com Kim Il Sung para receber ajuda.

Kim Il Sung é realmente o grande herói dos povos progressistas que deu exemplo na ajuda sincera a outros países.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Estado fascista e colonial sul-coreano prende patriota pró-reunificação




Nota do Centro de Estudos da Ideia Juche - Brasil sobre a prisão do lutador pró-reunificação Ro Su Hui pelo estado fascista-colonial da Coreia do Sul

O regime fascista sul-coreano cometeu hoje um de seus vários crimes contra a tendência dos tempos e a demanda comum de todo o povo coreano pela reunificação pacífica e independente do país, sem a interferência de quaisquer potências estrangeiras. Ro Su Hui, vice-presidente da Aliança Pan Nacional pela Reunificação da Coreia, sul-coreano que havia visitado a República Popular Democrática da Coreia no dia 24 de março para atender às atividades que lembravam o aniversário de 100 dias da morte do dirigente Kim Jong Il, retornou para a Coreia do Sul hoje, no dia 5 de julho de 2012, através de Panmunjon, e foi barbaramente preso logo após pisar no local onde já é considerado território da fascista “República da Coreia”.

Pensamos que seja necessário dar alguns antecedentes, afim de que os leitores possam entender melhor o ocorrido. Por que, afinal, tal acontecimento deplorável teve lugar?

A República da Coreia (Coreia do Sul) é um regime anticomunista e submetido ao imperialismo norte-americano, instalado por Washington em 1945, e institucionalizado formalmente em 1948.

A Conferência de Moscou, realizada no início de 1945, resolveu a questão da independência da Coreia e da liquidação do fascismo japonês. Foi feito um acordo entre as forças aliadas de que a Coreia deveria ser libertada em conjunto pelos aliados – como foi resolvido, a parte norte seria libertada pela URSS e, a parte sul, pelos Estados Unidos. Muito antes da Conferência, porém, o Exército Popular Revolucionário da Coreia (liderado pelo General Kim Il Sung) já atuava na parte norte do país (principalmente na região da Manchuria, local onde moravam muitos coreanos) e, de 9 de agosto de 1945 a 15 de agosto do mesmo ano, uma operação conjunta feita pelo EPRC e pelo Exército Vermelho da URSS libertou o norte do país da tirania japonesa. Foi formado na parte norte da Coreia um novo governo de tipo democrático-popular sob a direção e hegemonia da classe operária. O novo governo deu conta de liquidar o semi-feudalismo e realizar reformas democráticas que liquidassem os danos causados pelos 40 anos de dominação japonesa na Coreia. Os operários e camponeses no norte do país se organizavam em comitês populares e prosseguiam a marcha ascensional na luta pela consolidação da democracia e pela futura construção do socialismo e do comunismo. A situação da parte sul, contudo, era diametralmente oposta.


Ro Su Hui sendo preso ao retornar para Seul via Panmunjon

Como um soldado norte-americano comentou nas suas memórias que escreveu após alguns anos servindo na Coreia do Sul, o objetivo dos Estados Unidos (que entrou no sul da Coreia em 8 de setembro de 1945) não era libertar ninguém nem lutar pela democracia. O propósito dos agressores imperialistas norte-americanos, ao contrário, era instaurar um regime fantoche que pudesse satisfazer seus interesses e impedir que o povo do sul da Coreia seguisse no caminho do socialismo. Era fazer com que o sul da Coreia se convertesse em base militar estratégica para a anexação do Norte socialista e para a agressão do Leste Asiático. Mais especificamente, para agredir a União Soviética, China, Mongólia, Vietnã e outros países outrora de democracia popular na região.

Os Estados Unidos, para impedirem o povo sul-coreano de seguir no caminho da libertação (afinal, os operários e camponeses do sul da Coreia já começavam a fundar comitês populares, seguindo o exemplo do norte libertado), assassinaram diversas lideranças democráticas e patrióticas, dissolveram comitês populares à força e arrastavam estudantes à força para formarem um novo exército fantoche para a agressão contra o norte da Coreia.

Em 1948, foi formalizado o governo marionete da “República da Coreia”, sob a direção do ditador Syngman Rhee, sul-coreano que morava na California e que havia retornado para sua terra natal para ser o novo testa de ferro do imperialismo. O novo regime fantoche estabeleceu um gigantesco aparato burocrático-prisional, decretou milhares de leis fascistas e pôs na ilegalidade, partidos e organizações democráticas, tendo como pretexto justamente tais leis. A Lei de Segurança Nacional, decretada no ano de 1948 pelo regime fascista sul-coreano, estabelecia como ilegais quaisquer “atividades anti-Estado e subversivas” – pessoas enquadradas na Lei de Segurança Nacional, segundo o último artigo da LSN revisado em 2001, podem pegar desde cinco anos de prisão até a pena de morte, conforme a gravidade dos “crimes” cometidos. A LSN, além disso, proíbe também “atividades que favorecem o inimigo” – ter contato com pessoas da RPDC, fazer propagandas que apoiem o sistema da socialista da RPDC, que apoiem a reunificação pacífica da Coreia ou mesmo visitar a RPD da Coreia por conta própria constituem delitos graves para o regime sul-coreano. Segundo o jornal Minju Choson, desde 1948, mais de 8400 organizações democráticas e partidos políticos foram banidos. Entre eles, o Partido Comunista e o Partido Revolucionário pela Reunificação (atual Frente Democrática pela Reunificação da Pátria).
Como dissemos anteriormente, o senhor Ro Su Hui é vice-presidente da Aliança Pan Nacional pela Reunificação da Coreia, na parte sul do país. Antes de visitar a RPDC, enviou uma carta ao “Ministério da Unificação” da Coreia do Sul requisitando fazer uma visita à Coreia do Norte para prestar homenagens ao dirigente Kim Jong Il no aniversário de 100 dias do seu falecimento. Seu pedido foi prontamente rejeitado pelas autoridades títeres da Coreia do Sul. Contudo, num ato de forte patriotismo e orgulho nacional, Ro Su Hui não hesitou e visitou a RPDC mesmo contrariando os interesses do regime ditatorial sul-coreano.

No dia 24 de março, Ro Su Hui entrou em Pyongyang. Permanecendo mais de três meses na Coreia Socialista, pôde conhecer uma realidade muito diferente daquela exposta pela imprensa controlada pelo imperialismo. Visitou diversos locais de relevo no país: No dia 1 de abril, o acampamento secreto do Monte Paektu, onde nasceu o dirigente Kim Jong Il e onde estava instalado o acampamento guerrilheiro do Exército Popular Revolucionário da Coreia antes da libertação. No mesmo dia, visitou também o Monte Myohyang e o Centro Musical Hana, em Pyongyang. Em 29 de março, esteve na Fazenda Cooperativa de Taedonggang. No dia 18 de maio, visitou o Palácio das Crianças e a Fazenda de Vegetais de Mangyongdae.

O senhor Ro Su Hui, combatente pela reunificação nacional, não só visitou locais que evidenciavam a próspera realidade da RPDC como também teve contato com povo da RPDC, conversou com políticos e demais dirigentes do país socialista. Como compatriota e partidário da reunificação pacífica do país, foi um dos principais participantes do Encontro Conjunto para comemorar o aniversário de 12 anos da Declaração de 15 de Junho assinada entre a RPD da Coreia e a Coreia do Sul em 2000, declaração essa que marcou um progresso enorme nas conversações norte-sul e para a reunificação pacífica da Coreia. No dia 4 de abril, se encontrou com líderes da Aliança Pan Nacional pela Reunificação da Coreia da parte norte e discutiu assuntos de relevo, entre eles a luta feita no norte e no sul pela aplicação da Declaração Conjunta de 15 de Junho.

Durante todo o tempo no qual permaneceu na RPDC, as “autoridades” títeres sul-coreanas deram diversos depoimentos tentando utilizar a visita de Su Hui ao Norte com fins políticos, acusando-o de “criminoso” ao violar a monstruosa “Lei de Segurança Nacional”, usando tal visita como pretexto inclusive para exercer uma repressão ainda mais intensificada contra as forças democráticas, patrióticas e antiimperialistas na Coreia do Sul. Mesmo de “espião” o patriota foi chamado. Seguindo ainda nas acusações, os círculos reacionários sul-coreanos acusavam Su Hui de ter violado quase todos os artigos da Lei de Segurança Nacional, entre elas, por ter visitado do Norte “sem autorização”, por ter entrado em contato com pessoas da Coreia do Norte, ter apoiado os líderes Kim Il Sung, Kim Jong Il e Kim Jong Un e por ter protestado contra o regime ditatorial sul-coreano.

Sim, leitores. Trata-se de declarações cínicas, odiosas. Não foi Ro Su Hui que violou qualquer “lei”, pois o que Su Hui fez foi visitar a RPDC para prestar condolências ao povo do norte da Coreia, em nome do povo sul-coreano, pelo falecimento do dirigente Kim Jong Il, que foi uma enorme perda para todo o povo coreano. Foi seu dever enquanto compatriota. Os maiores criminosos são, sim, os círculos dirigentes sul-coreanos, que impediram que coreanos do sul prestassem condolências pela morte do dirigente Kim Jong Il. Num momento em que mesmo aqueles que se diziam anticomunistas se solidarizavam ao povo norte-coreano pela morte de seu líder, o governo reacionário sul-coreano cometeu o ato desumano de apontar mísseis para a RPDC na sua época de maiores sofrimentos e tentava usar tal situação para desestabilizar o sistema socialista coreano.

A camarilha reacionária de Lee Myung Bak levanta a “Lei de Segurança Nacional” como pretexto para encarcerar um combatente pela reunificação nacional. Ao contrário, é a Lei de Segurança Nacional que viola os básicos direitos humanos e joga no lixo as liberdades democráticas mais elementares.

O regime fascista sul-coreano, ao prender Ro Su Hui, um patriota, viola a liberdade de expressão por impedir que seus cidadãos expressem livremente suas opiniões. Destrói a liberdade de associação por impedir que seus cidadãos se reúnam em organizações e partidos com fins justos e legítimos, que expressam as demandas comuns de todo o povo coreano. Rechaça a liberdade de demonstração por impedir que seus cidadãos mostrem publicamente de que lado estão.

Como, frente a tal situação, o regime fantoche sul-coreano ainda tem a ousadia e o cinismo de levar a cabo uma cruzada anticomunista contra a RPDC, chamando o país socialista de “regime totalitário que ameaça o mundo”? A única democracia que o regime sul-coreano defende é a democracia do imperialismo e da grande burguesia burocrático-compradora associada ao mesmo. Enquanto o regime sul-coreano seguir aprisionando seus cidadãos nessa burocracia colonial e capacha dos Estados Unidos, não terá a menor moral para levantar o dedo e acusar qualquer país que seja.

Pudemos ver pela realidade como Ro Su Hui foi tratado como um irmão e da forma mais carinhosa possível pelos coreanos do norte, que o viam como um grande combatente, grande patriota e o admiravam altamente. No último dia de sua estadia na RPDC, encontrou-se com Kim Yong Nam, presidente da junta governamental da Assembleia Popular Suprema da Coreia Socialista. Um dia antes, em 3 de julho, no Hotel Koryo em Pyongyang, ao entrevistar-se com a agência central de notícias norte-coreana, disse que se impressionou com a realidade da Coreia Socialista, onde “o povo é visto como o Céu, as crianças são os reis do país e a unidade monolítica entre o Partido, o Povo e o Líder é mais forte que as armas nucleares” e todos “desejam ardentemente a reunificação nacional”. Prosseguindo, ressaltou que sua visita à Coreia Socialista representando a Aliança Pan Nacional pela Reunificação da Coreia da parte sul da Coreia contribuiu, mesmo que pouco, para “melhorar as relações intercoreanas tão deterioradas”.

No dia 5 de julho, que marcou o último dia da sua estadia na RPDC, a população de Pyongyang fez uma enorme despedida dando vivas a seu trabalho como combatente pela reunificação do país. Tanto Ro Su Hui quanto os coreanos do norte que estavam na comemoração choraram de emoção. Logo depois, o vice-presidente da APRC parte para Panmunjom para retornar para a Coreia do Sul.

Os coreanos do norte que o acompanhavam na sua saída, quando cruzou a linha que demarca a fronteira norte-sul, gritavam energicamente palavras de ordem como “Abaixo o camarilha traidora de Lee Myung Bak!”, “Deixem Ro Su Hui voltar para casa!”, “Que os EUA e os reacionários sul-coreanos parem com os abusos contra os direitos humanos como a prisão do vice-presidente Ro Su Hui!”.

Após cruzar a linha de demarcação, a polícia sul-coreana mostra sua natureza fascista como marca da maldade. Um patriota que nada fez além de querer dar fim a uma divisão que dura há quase setenta anos por conta de uma ocupação criminosa que não tem qualquer razão de existir, é recebido com insultos, socos, chutes, pontapés e é mandado para a prisão amarrado numa corda, sendo claramente tratado não como um ser humano, mas como um animal, por tal regime tirânico.

Tal fato se torna ainda mais odioso quando sabemos que ele não terá repercussão internacional. Provavelmente, se isso tivesse acontecido em países independentes, soberanos e anti-imperialistas como RPDC, Síria ou China, já estaria ocupando as primeiras páginas dos principais jornais e revistas do mundo, estaria disponível em centenas de milhares de blogs e páginas jornalísticas, teria lugar de honra no Jornal Nacional e receberia “honrosos” comentários por parte de degenerados muito bem pagos como William Bonner, Ana Paula Padrão, Marcos Uchôa ou Miriam Leitão que fariam questão de posar como bons moços defensores da “democracia”, dos “direitos humanos” e da “liberdade”, contra o “totalitarismo”.

Devido ao bloqueio imposto pela imprensa, porém, só temos acesso a tais notícias por blogs independentes e órgãos jornalísticos de países socialistas. Dessa maneira, requisitamos aos leitores, colaboradores da página e pessoas progressistas e solidárias com a RPDC que divulguem tal fato e denunciem tal violação contra os direitos humanos e as liberdades democráticas. Da nossa parte, requisitamos que todos apoiem o povo coreano na luta pela reunificação pacífica da pátria, que demanda urgentemente pela destruição do regime fascista na Coreia do Sul e a revogação imediata da Lei de Segurança Nacional, empecilho principal pela reunificação pacífica da Coreia.

Abaixo o regime traidor de Lee Myung Bak!

Abaixo a Lei de Segurança Nacional!

Pela libertação dos presos políticos e personalidades progressistas e democráticas na Coreia do Sul!

Por uma Coreia reunificada, soberana e livre da dominação estrangeira!

Centro de Estudos da Ideia Juche - Brasil

terça-feira, 3 de julho de 2012

A mediocridade de Tariq Ali é a mediocridade do revisionismo

Tariq Ali
Por Gabriel Martinez

Tariq Ali é um intelectual paquistanês conhecido por suas posições anti-imperialistas. Ganhou notoriedade mundial após cobrir a Guerra do Vietnã demonstrando-se um ferrenho crítico da política externa do imperialismo norte-americano. Em artigo publicado no mês de junho no panfleto Revista Piauí intitulado “No país do grande e amado Peterson”, Tariq Ali se torna exemplo de como a ofensiva ideológica da burguesia atinge até mesmo aqueles que se dizem “críticos do sistema”. O objetivo do texto de Tariq Ali era narrar suas impressões ao visitar por duas vezes a República Popular Democrática da Coreia. Porém, queremos avisar aos leitores que, ao contrário do que podem imaginar, o objetivo de Tariq Ali ao escrever tal texto não era o de mostrar sua solidariedade anti-imperialista ao povo norte-coreano – como o intelectual fez com o Vietnã, Cuba e, atualmente, Venezuela – mas sim apenas alimentar a campanha de difamação contra a RPDC promovida há mais de 60 anos pelo imperialismo norte-americano e seus subordinados. É um tanto quanto deprimente vermos uma figura que, ainda que nunca tenha sido um revolucionário e comunista, se diz “anti-imperialista”, sustentando tais posições só para mostrar aos seus verdadeiros amos, a saber, o imperialismo norte-americano, que as “mudanças radicais” que propõem não são radicais ao ponto de realmente ameaçar a ordem vigente. E nada melhor para encobrir o revisionismo e oportunismo do que uma retórica radical-chique tão a gosto dos intelectuais oportunistas e “marxistas de cátedra” que dominam a academia brasileira e internacional.

O Sr. Tariq Ali começa o seu texto relatando sobre o episódio em que teria sido convidado para visitar a RPDC. Segundo ele, sua primeira visita a RPDC ocorreu por ocasião de um convite de um militante comunista paquistanês membro da Korean Friendship Society do Paquistão. Em uma tentativa de ser irônico – uma das características do panfleto para qual está escrevendo - nos presenteia com informações extremamente relevantes sobre o comunista paquistanês, um tipo “Baixo, barrigudo, falante e cheio de cerveja”. O motivo para o convite seria a ameaça de guerra denunciada pelo governo revolucionário da RPDC, que Tariq Ali julgava ser “infundadas”. Bom, ainda que realmente as acusações feitas pelo governo da Coreia fossem infundadas, é inegável a constante ameaça que o país sofre do imperialismo, seja no plano militar, político e econômico. Esses três motivos já seriam o suficiente para qualquer pessoa que se diz anti-imperialista demonstrar sua solidariedade ao povo norte-coreano. Fora as acusações “infundadas” do governo norte-coreano e sua ida ao Paquistão Oriental, outro motivo pesava na balança do Sr.Tariq Ali, que ainda não estava convencido em visitar a Coreia: o trânsfuga paquistanês considerava Kim Il Sung um “líder ridículo” e seu regime uma paródia da “Rússia stalinista”. Engraçado, Sr.Tariq Ali, mas “líder ridículo” e “stalinista” são justamente as alcunhas que o imperialismo emprega para criticar o Presidente Hugo Chávez, personalidade que você diz defender. “Ridículo” e “stalinista”, também para o imperialismo, era o Presidente Ho Chi Minh e os guerrilheiros norte-vietnamitas que provavelmente compartilharam alguns momentos com você em abrigos antiaéreos. Ainda para não falarmos do Presidente Mao Tsé-tung e a sua Grande Revolução Cultural Proletária. Ou seja, para o imperialismo, tudo que cheira progresso e revolução será sempre “ridículo” e “stalinista”.  É compreensível, se levarmos em consideração a posição de classe do imperialismo que, obviamente, não está lá muito interessado em revoluções. Garantimos Sr.Tariq Ali, que se perguntarmos para qualquer escriba burguês de panfletos pró-imperialistas - como a brasileira Revista Veja - o que pensariam de você, logo obteríamos a resposta: “Ridículo” e “Stalinista”. Devido ao elevado grau de putrefação de tais publicações, não duvidaríamos que utilizassem o seu bigode como argumento para classifica-lo como “stalinista”. Ainda acha mesmo que suas posições não servem ao inimigo que você diz combater?

Em seu texto o Sr.Tariq Ali traça um antecedente da história coreana, no período anterior à libertação do país das forças de ocupação japonesa. Relembra a brutal exploração e opressão sofrida pelo povo coreano durante a época em que foi colonizado pelo Japão, onde mulheres eram tratadas como prostitutas e os trabalhadores recebiam um salário de fome. Fatos verdadeiros, obviamente e que foram vividos intensamente pelo “ridículo” e “stalinista” Kim Il Sung que, aos 14 anos de idade, se engajou no movimento independentista e revolucionário, perdendo inúmeros amigos, inclusive o seu pai, Kim Hyong Zik, que morrera após ficar gravemente debilitado pelo tempo que passou na cadeia. Como o objetivo do texto de Tariq Ali não é contar a história da revolução coreana, não sabemos se o intelectual paquistanês ocultou propositalmente relevantes fatos como a fundação da Associação Nacional Coreana pelo pai de Kim Il Sung e a União Para Derrotar o Imperialismo, organização comunista que reunia jovens insatisfeitos com os rumos do movimento revolucionário no país e fora fundada por Kim Il Sung, quando este tinha apenas 14 anos.

Somente um profundo ignorante poderia afirmar que “Kim Il Sung era quase um desconhecido” quando retornou a Coreia em 1945, ocasião em que discursou para milhares de coreanos no pé da Colina Moran, lugar onde hoje existe um gigantesco Arco do Triunfo, erguido para homenagear o memorável dia. E o oportunismo do Sr. Tariq Ali é tão descarado que ele sequer esconde sua intenção de apresentar os coreanos e Kim Il Sung como figuras irrelevantes para a libertação do país. Os que desconhecem a história da revolução coreana, ao lerem o texto escrito por Tariq Ali, provavelmente acharão que a libertação da Coreia, na verdade, foi feita exclusivamente pelas tropas soviéticas e não pelos comunistas coreanos e o seu Exército Popular Revolucionário da Coreia. Tariq Ali, na prática, adota posições dominantes nos círculos pró-imperialistas que estudam a história da RPDC e que elaboram suas próprias versões da história do país, onde nela não existe espaço nem para Kim Il Sung e muito menos para o povo coreano, que durante todo o drama da luta de libertação teria sido um mero personagem secundário ocultado por maquinações de forças estrangeiras. O objetivo desses deturpadores da história é obviamente contrapor seus delírios e invenções que, muitas vezes justifica a presença das tropas de ocupação no sul da península, à interpretação histórica do próprio povo norte-coreano.

Tariq Ali, assim como a grande maioria dos jornalistas e intelectuais, verdadeiros espadachins assalariados, passa a especular sobre a trajetória de Kim Il Sung. “Quem, afinal, era Kim Il Sung?” pergunta o célebre intelectual paquistanês, recém convertido a apologista do imperialismo.  Apesar de o texto de Tariq assim sugerir, não acreditamos que ele seja um completo ignorante sobre a história da revolução coreana ao ponto de não saber o passado da vida de Kim Il Sung. Sim, Tariq Ali, Kim Il Sung esteve na China e Rússia, pois se tratam países que fazem fronteira com o norte da península coreana e milhares de coreanos moravam na região da Manchúria (China), portanto, natural que os comunistas coreanos ali atuassem.

Para completar sua total capitulação perante o imperialismo, defende a posição do mesmo sobre o início da Guerra da Coréia. Ainda que seja verdadeira a afirmação de que na parte sul da península, o povo se levantava contra a opressão perpetrada pelo governo do ditador Syngman Rhee, fantoche das tropas de ocupação norte-americana, é completamente falsa a afirmação de que o norte iniciou a guerra. Mesmo personalidades burguesas reconhecem que a versão oficial dos Estados Unidos e do governo fantoche da Coreia do Sul – de que o norte teria efetuado o primeiro disparo além do paralelo 38 - é amplamente questionável. O Sr. Tariq Ali, por conta dos seus conhecimentos sobre conflitos internacionais, certamente sabe que a RPDC sempre defendeu a reunificação pacífica do país, ao contrário da Coréia do Sul, que desde a época de Syngman Rhee defendia a reunificação pela via militar.

Tariq Ali também nos relata um dialogo que teve com Ruth Wedgwood, conselheira do facínora Donald Rumsfeld, que teria afirmado um suposto “temor” dos Estados Unidos caso a Coreia se reunifique e os militares da Coreia do Sul tomem posse do arsenal nuclear norte-coreano. É importante salientarmos que os Estados Unidos temem sim a reunificação, mas temem a reunificação caso ela ocorra nos termos da Declaração Conjunta proposta pela RPDC e que foi apoiada pelo governo sul-coreano do presidente Kim Dae Jong, que estava sendo encaminhada, até que chegasse ao poder na Coreia do Sul a atual marionete pró-imperialista, Lee Myung Bak. A proposta de “reunificação” que o imperialismo defende para a península Coreia é a de que o norte seja anexado pelo sul, daí o “temor” da conselheira que os militares sul-coreanos se apossem do arsenal nuclear norte-coreano. Ao mesmo tempo em que teme a posse de arsenal nuclear por militares, introduzem armas nucleares no país. Estranha lógica, sem dúvida. Mais um pouco e até começaríamos a pensar que a Coreia do Sul é um país independente, soberano e que não sofre nenhum tipo de controle político por parte dos Estados Unidos.

Poderíamos gastar muito mais páginas apontando todos os elementos no texto do Sr.Tariq Ali que nos possibilita chama-lo de um trânsfuga e um renegado. Mais uma vez os neotrotskistas e social-democratas, das mais diversas colorações, nos mostram de que lado estão. A julgar pelas recentes declarações do Sr. Tariq Ali de que “Cuba não é uma democracia” teríamos motivos de sobra para pensarmos que não demorará muito tempo para que os novos “ridículos” e “stalinistas” do Sr. Tariq Ali sejam Fidel Castro, Raul Castro e Hugo Chavez. O mais deprimente é que sujeitos como o Sr. Tariq Ali são considerados grandes expoentes da “esquerda moderna” atual. Na mesma lista incluiríamos o “filósofo” Slavoj Zizek, que recentemente, declarando o seu apoio a frente eleitoral oportunista grega Syriza, deu mostras do seu anti-comunismo atacando o Partido Comunista da Grécia, que segundo ele “esta vivo porque esqueceu de morrer”. Os exemplos de reacionarismo por parte de ditos intelectuais tão aclamados pelo revisionismo mundial são significantes. Com “uma esquerda” como essa o imperialismo, infelizmente, está seguro.  

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A luta do Partido do Trabalho da Coreia contra o Revisionismo

Compartilhamos com os leitores do blog um artigo escrito pelo camarada Dermot Hudson, fundador do Grupo de Estudos da Ideia Juche - Inglaterra. O presente texto apresenta de maneira bastante clara as principais formulações críticas feitas por Kim Il Sung e Kim Jong Il ao revisionismo moderno, que ganha enorme força com a chegada de Kruschev ao poder do Partido Comunista da União Soviética e atinge o seu apogeu com Gorbachev e a sua malfadada "Perestroika". Os revisionistas, ainda em nossos dias, seguem com suas caluniosas campanhas de difamação contra o socialismo e o comunismo, atacando especialmente a experiência de construção do socialismo na Coreia, que segue obstinadamente mantendo os princípios básicos do socialismo científico na construção socialista. Com a publicação deste texto o Centro de Estudos da Idéia Juche - Brasil, inaugura a publicação especial de uma série de textos de Kim Il Sung e Kim Jong Il visando apresentar aos trabalhadores brasileiros a posição anti-revisionista dos comunistas coreanos, que obviamente muito pode nos ajudar no combate ao revisionismo moderno.




Os camaradas Kim  Il Sung e Kim Jong Il deram importantes contribuições teóricas e práticas à luta contra o revisionismo no seio do Movimento Comunista Internacional 







A luta do Partido do Trabalho da Coreia contra o Revisionismo

Dermot Hudson

Grupo de Estudos da Ideia Juche – Inglaterra, 8 de Dezembro de 1999


Tal como fora exposto pela dirigente comunista russa Ninva Andreeva no seminário sobre a Ideia Juche celebrado em 1995, em Copenhagen, ao contrário da conhecida posição albanesa e chinesa acerca do revisionismo, se desconhece totalmente a minuciosa crítica feita contra o revisionismo moderno pelo Partido do Trabalho da Coreia.

O Partido do Trabalho da Coreia levou a cabo a luta contra o revisionismo a partir de uma posição própria. A posição do PTC parte da analise do famoso XX Congresso do PCUS, como o início do revisionismo moderno, ao contrário da visão daqueles que consideram o revisionismo como um fenômeno nascido na década de 80 e diretamente associado à figura de Gorbachev. 



O novo secretário geral do PTC, camarada Kim Jong Il, afirmou em 1995 que “o processo de degeneração e colapso começou com a aparição do revisionismo moderno que denegriu o líder e a vanguarda revolucionária e distorceu e vilipendiou as ideias revolucionárias da classe operária”. 


O PTC define o revisionismo como a negação da figura dirigente do partido marxista-leninista no processo revolucionário, assim como a renuncia da ditadura do proletariado e também uma veemente oposição ao fenômeno da luta de classes. 


Isso significa na prática o abandono da luta contra o imperialismo e, portanto, representa um compromisso com ele. O revisionismo alimentou uma fictícia ilusão em relação ao imperialismo e freou o processo de libertação social e nacional dos povos revolucionários em todos os sentidos.  O PTC afirma que, com o propósito de alcançar o seu odioso objetivo, o revisionismo se concentra em atacar a figura do líder, figura máxima do processo revolucionário, tentando minar sua autoridade e danificar o seu prestígio. 

O PTC lançou o seu ataque contra o revisionismo em 1955. O PTC advertiu que a luta contra o revisionismo estava intimamente ligada à defesa da independência, evitando a tentativa de outras nações de assumir como próprias os princípios Juche. 

Neste sentido, o camarada Kim Il Sung afirmou em sua obra Nossa Revolução Juche: “Em 1955 o nosso partido estava decidido e capacitado para estabelecer os princípios jucheanos, em um persistente e enérgico impulso de oposição como nunca antes havia realizado. O ano de 1955 representou o ponto de partida do nosso partido na luta contra o dogmatismo. Se inicia nesse ano, de fato, nossa própria luta contra o revisionismo moderno que estava emergindo no campo socialista. Nossa luta contra o dogmatismo está relacionada com a luta contra o revisionismo moderno”. 

O camarada Kim Il Sung, em seu famoso e célebre trabalho “A eliminação do dogmatismo e do formalismo e a implantação da Ideia Juche nas tarefas ideológicas”, de 23 de dezembro de 1955, afirma que uma facção do PTC, depois de uma visita a URSS, havia proposto que a RPDC diminuísse suas consignas contra o imperialismo norte-americano do mesmo modo que a URSS estava fazendo para diminuir a tensão internacional. Era uma manifestação inicial da intenção de uma facção dentro do PTC de propagar o revisionismo no seio do Partido. 

Foi em 1956 quando as questões comentadas alcançaram o seu auge. Kruschev se mostrou no XX Congresso do PCUS como o campeão do revisionismo moderno – a partir desse momento o revisionismo aflorou em um grande número de partidos comunistas – e o imperialismo lançou uma feroz campanha anticomunista a nível internacional. 

Na Coreia do Sul, o regime títere de Synghman Rhee começava seus ataques com a chamada “Marcha ao Norte”, no momento em que o PTC já havia alcançado o objetivo de reconstrução econômica após a devastação causada pela guerra. Dentro do Partido, a facção revisionista que estava
esperando uma oportunidade para derrocar o líder com apoio exterior de movimentos revisionistas. 


De fato a “organização irmã” do PCUS no Terceiro Congresso do PTC – que estava encabeçada por L.I. Brezhnev – realizou um velado ataque contra o líder do PTC. Isso ocorreu no começo de Agosto, quando a camarilha tentava concretizar seu golpe com consignas chauvinistas e revisionistas. Seu desejo era renegar o papel da liderança do Partido e acabar com a ditadura do proletariado. Pretendiam eliminar os pressupostos do PTC que foram forjados na luta contra o imperialismo japonês. Em suma, sua intenção era declarar a RPDC como uma “nação neutra” pró-americana. 


Porém, o camarada Kim Il Sung conduziu o golpe do povo contra a camarilha antirrevolucionária. O camarada Kim Il Sung atacou os fraccionistas e revisionistas na Conferência do Partido no dia 6 de Março de 1958. Sobre os fraccionistas, afirmou: “Nenhuma facção é melhor que outra. Todas foram forjadas a partir do mesmo molde; são produtos da influencia do capitalismo no proletariado da Coreia”. 


Falando sobre o revisionismo, o camarada Kim Il Sung afirmou: “O imperialismo e seus servos revisionistas estão estendendo o revisionismo em oposição ao marxismo-leninismo e ao movimento comunista internacional. Isso está sendo produzido também em nosso país, por grupos contrários ao nosso partido, que utilizam tais ideias para seus próprios fins, rechaçando a liderança do Partido com o objetivo de renunciar a revolução e render-se ao capitalismo. Porém, não somente temos a necessidade de lutar contra o revisionismo por ele rechaçar o papel da liderança do Partido, mas também devemos combater de maneira consciente todos aqueles que preparam o terreno para o revisionismo”. 


Dirigindo-se aos soldados da 109º Divisão do Exército Popular da Coreia no dia 25 de agosto de 1969, o camarada Kim Il sung diz: “O revisionismo pretende ‘atualizar’ o marxismo-leninismo. Se consideram marxistas mais audazes que Marx e Lenin. Em muitos países se está instalando esta tendência. Afirmam a necessidade de chegar a uma coexistência pacífica com o imperialismo norte-americano”. 


No começo da década de 60, o camarada Kim Il Sung sustentou que a luta contra o revisionismo moderno era a prioridade do partido, tal como afirmou o 4º Congresso do PTC. No dia 8 de Março de 1962, na terceira reunião plenária do Comitê Central do PTC, o camarada Kim Il Sung afirma que a luta contra o revisionismo a tarefa chave no trabalho do Partido. De maneira clara expos a verdadeira natureza do revisionismo moderno: as origens do revisionismo estão na aceitação da influência burguesa na vida cotidiana e a rendição frente as pressões externas de caráter imperialista. Tanto o revisionismo clássico como o contemporâneo possuem a mesma essência e os mesmos fins. Ambos renegam os princípios do marxismo-leninismo e pregam a renuncia aos esforços revolucionários com o pretexto de que os tempos mudaram. 


Nessa época, o jornal Rodong Sinmun, órgão do PTC, publicou vários artigos que atacavam o revisionismo – destaque para o artigo “Apoiemos a libertação nacional” de 1962 e “Defendamos o campo socialista”, publicado em Outubro de 1962. Esses dois artigos foram traduzidos em diferentes idiomar e circularam por toda Coreia. 


Na Coreia foi levada a cabo uma campanha de luta contra o revisionismo contemporâneio. O camarada Kim Il Sung alertou aos soldados da Infantaria sobre os perigos do revisionismo, e fez o mesmo com a Liga Socialista de Jovens Trabalhadores e outras organizações de massas. 


No decorrer da década de 60, o revisionismo havia se convertido em motivo para sérios enfrentamentos dentro do movimento comunista internacional. O camarada Kim Il Sung e o Partido do Trabalho da Coreia se opuseram firmemente contra o revisionismo, ao mesmo tempo que mantinha sua defesa da necessária unidade do movimento comunista internacional. Em Outubro de 1966 ocorre uma conferência especial do PTC. Na dita conferência o Camarada Kim Il Sung atacou o revisionismo: “O revisionismo contemporâneo modifica substancialmente o marxismo-leninismo e paralisa seus princípios revolucionários com a desculpa de uma “mudança de situação” e “desenvolvimento criativo”. O revisionismo rechaça a luta de classes e a ditadura do proletariado. Reivindica que a classe operária lute contra o imperialismo, enquanto cria uma falsa imagem do imperialismo para obstaculizar o processo revolucionário do povo em prol da libertação nacional”. 


Porém, Kim Il Sung reflete também sobre o fenômeno do oportunismo de esquerda surgido no movimento comunista internacional: “Devemos lutar contra o oportunismo de esquerda e contra o movimento oportunismo. Pretende reformar o movimento comunista acusando de dogmatismo ao marxismo-leninismo e tirando de contexto seus ensinamentos. Leva a cabo rações radicais sob slogans “ultra-revolucionários”. Isso provoca de fato o divórcio do partido em relação as massas, dividindo as forças e possibilitando o ataque do nosso principal inimigo”. 


Da mesma forma, Kim Il Sung assinala que a luta contra o oportunismo tanto de esquerda como de direita está intimamente ligado a luta pela unidade do campo socialista e pela coesão do movimento comunista internacional, advertindo ao mesmo tempo em que a luta contra o revisionismo contemporâneo está ligada a defesa da independência nacional, devido ao perigo inerente que o revisionismo representa para a manutenção da independência nacional. Assim, afirmou, “se carecemos de independência e identidade e nos equivoquemos no rumo nesse momento, nossas políticas não perdurarão e perderemos nossos princípios básicos. Não se trataria de um problema temporário, mas sim um dano irreparável para a nossa revolução e sua construção, e se infligiria um grave dano ao movimento comunista internacional. 


O camarada Kim Il Sung combinou a luta contra o revisionismo com o combate contra o imperialismo norte-americano. Muitos dos escritos do camarada Kim Il Sung tratam o problema do imperialismo dos Estados Unidos. 


No começo da década de 70, o PTC renovou seu compromisso na luta contra o revisionismo contemporâneo. No Vº Congresso do PTC celebrado em Novembro de 1970, o camarada Kim Il Sung diz: “Devemos continuar intensificando nosso trabalho ideológico de luta contra o revisionismo, através dos membros do partido e dos trabalhadores”. 


Se levou a cabo uma enérgica campanha contra o revisionismo. Em Fevereiro de 1971 o jornal Rodong Sinmun, assim como outros periódicos da República Popular Democrática da Coreia, publicaram um artigo chamado “Apoiemos a ditadura do proletariado e a democracia proletária”. Dito artigo foi editado pelo serviço de publicações em língua inglesa da RPDC e retransmitido através do serviço de língua inglesa da Rádio Pyongyang. 


Entre outras questões, o citado artigo comentava recentes acontecimentos ocorridos em certos países socialistas em que o povo se voltou contra o partido e seus governantes, ficando comprovado o abando em ditos países da ditadura do proletariado. O artigo apresenta a ditadura do proletariado como uma questão chave: “Se assume ou se renuncia a ditadura do proletariado, se apoia a ditadura do proletariado ou pelo contrário a abandona, se aplica critérios para distinguir o marxismo-leninismo do revisionismo: está é a diferencia entre apoiar a revolução ou apoiar a contra-revolução”. 


Aponta o imperialismo como inimigo declarado da classe operária, enquanto o oportunismo encobre o inimigo da classe operária e espera poder atacar a ditadura do proletariado. O artigo segue dizendo: “O inimigo mais perigoso do marxismo-leninismo, da ditadura do proletariado, do trabalho do movimento comunista internacional, é o revisionismo que vive oculto sob a máscara do marxismo-leninismo. Os revisionistas que são inimigos da causa da classe operária tentam reconstruir a democracia burguesa frente a democracia do proletariado, opondo-se a ditadura do proletariado. A ditadura do proletariado e a democracia são historicamente o ponto de enfrentamento entre o revisionismo e o marxismo-leninismo.


Desse modo, tal como explicava o camarada Kim Il Sung em finais de 1971, ainda que o revisionismo fora multilado graças aos esforços empreendidos pelos partidos marxistas-leninistas em todo o mundo, o perigo ainda existe dentro do movimento comunista internacional, pelo que o PTC se manteve vigilante na década de 70 e oitenta contra o revisionismo 


O camarada Kim Jong Il é atualmente o novo Secretário-Geral do PTC, que já vê despontava na década de 70 como um grande líder do PTC pelo seu especial afinco na necessidade de preservar a luta contra o revisionismo. Na sua intervenção ante os resposáveis da Comissão de Agitação e Propaganda do Comitê Central do PTC no dia 25 de Dezembro de 1978 manifestava: “O revisionismo é um reflexo da ideologia capitalista que foi introduzida dentro do movimento comunista internacional. Se trata de um perigoso movimento contra-revolucionário. É necessário que aportemos elementos de reflexão para compreender a essência do revisionismo, quais são suas teorias econômicas, políticas e ideológicas de caráter errôneo, para podermos lutar contra ele com maior vigor. 


Em meados e finais da década de 80 apareceu a mais perigiosa e destrutiva forma de revisionismo contemporâneo na figura do “gorbachovismo”. El camarada Kim Il Sung, o grande líder da Revolução Coreana, foi um dos primeiros líderes do mundo socialista em adverti-lo e denunciá-lo. Em Dezembro de 1986, na Assembléia Suprema do Povo, afirmou: “O governo do povo deve preservar-se das venenosas ideias do capitalismo e do revisionismo e lutar de maneira decidida contra as agressões que se querem afligir ao nosso sistema socialista”. O camarada Kim Il Sung elaborou o conceito da vitória definitiva do socialismo como via para assentar um golpe contra o revisionismo. 


Durante um encontro com oficiais da seção econômica, em 3 de Janeiro de 1987, o camarada Kim Il Sung realizou a seguinte analise da posição da RPDC frente o conjunto do mundo socialista: “O revisionismo contemporâneo surgiu no seio do movimento comunista internacional e trouxe enormes dificuldades para nossa revolução. Com o pretexto de “reforma” e “reorganização do socialismo”, o revisionismo moderno segue o caminho do capitalismo e abandona os princípios do internacionalismo. Isto representa, na verdade, uma dificuldade em nossas expectativas de cooperação baseadas no internacionalismo e na construção do socialismo. Isto é ruim, pois exerce sobre nós uma perniciosa pressão pelo fato de não seguirmos uma linha equivocada, uma linha política revisionista”. 


Falando com funcionários da industria química, em 20 de Março de 1987, Kim Il Sung afirmou: “Os funcionários devem opor-se energicamente ao revisionismo e estabelecer hábitos revolucionários em seu estilo de vida. Nós devemos viver ao nosso modo em todo momento, sem criar ilusões forjadas pelo revisionismo ou por reformas políticas que estão ocorrendo em outros países. Em especial, os funcionários em postos de responsabilidade, a medula de nosso Partido, não devem vacilar de nenhum modo. Eles não devem falhar, pois devemos viver ao nosso modo”. 


Deste modo, o slogan “Vivamos ao nosso estilo” foi criado como forma de combater o revisionismo na década de 80. Kim Il Sung, com sabedoria e clareza, afirmou: “Para que nossos dirigentes nos livrem do revisionismo e do reformismo e possamos viver de acordo com o nosso próprio estilo, devem estar firmemente armados com a ideia juche de nosso partido”. 


Assim, a poderosa campanha “Vivemos ao nosso estilo” para lutar contra o revisionismo foi apoiada pelo PTC em finais da década de 80. Especialmente importante foi a incidência de tal campanha no âmbito do desenvolvimento revolucionário da cultura nacional. Quando o socialismo desmoronou no Leste Europeu em 1989, o PTC permaneceu firme como uma rocha e foi capaz de desenvolver com êxito o XIII Festival da Juventude e dos Estudantes. 


O PTC lutou contra o revisionismo contemporâneo, ao mesmo tempo em que trabalhava para estabelecera Ideia Juche com o objetivo de manter a independência. A Ideia Juche é uma ideologia própria baseada no conceito de que as massas são donas da revolução e da construção. Para que o povo possa assumir o papel de protagonista da revolucção, deve basear sua ação na criatividade e independência. O povo necessita de um partido revolucionário que não seja cópia de nenhum outro partido político, sem deixar os aspectos positivos de outras organizações e partidos estrangeiros. Kim Il Sung afirmou na época: 


“Devemos estabelecer os princípios Juche no sentido de desenvolver e construir a revolução em um só país baseando-nos na atitude de sermos protagonistas – dominadores. Isto implica apoiarmo-nos na independência e abandonar a dependência, depender somente de nossas próprias mentes, de nossos esforços, e formamos um espírito de autosuficiencia, sendo capazes de resolver nossos problemas através de nossa própria capacidade e responsabilidade. Isto é, abandonar o dogmatismo e apoiarmo-nos na criatividade, nos baseando nos princípios universais do marxismo-leninismo junto com a experiência de outros países, porém tendo em conta as peculiaridades de cada um”. 


“A Ideia Juche significa que o PTC se soma a linha de independência política, autosuficiência econômica e autodefesa. Desse modo, o PTC poderá resolver todos os problemas levando a cabo a revolução e construindo-a através de nossa ideologia e nossas crenças, sob nossa responsabilidade e sob os princípios de auto-confiança em nossa própria via para resolver todas as situações em prol do melhor interesse da revolução norte-coreana. 


“O PTC é totalmente contrario a intervenção das grandes potencias, dogmas ou ideias relacionadas com forças estrangeiras, e rechaça categoricamente qualquer intervenção ou pressão estrangeira – seja dos grandes países socialistas, dos Estados Unidos e do Japão imperialista-. O PTC, guiado pelos princípios jucheanos, poderá estabelecer teorias e princípios construídos coletivamente e limpar o difícil e duro caminho da construção da revolução coreana. 


“O povo da Coreia defenderá e preservará os princípios revolucionários do PTC. Formando na Ideia Juche, o PTC fortalecerá o povo coreano através das linhas políticas revolucionárias do partido, de alto orgulho e dignidade nacional, colocando em marcha nosso espírito revolucionário de autosuficiencia e nosso afeto revolucionário pelo nosso princípio “Vivamos ao nosso estilo”. 


“Assim, aderindo estritamente a ideia Juche a linha da independencia, o PTC e o povo coreano não vacilará em se armar contra o revisionismo defendendo e dando maiores glórias ao estilo socialista da Coreia”.