segunda-feira, 14 de maio de 2018

Importância da solidariedade internacional: RPDC e Palestina


Não é de se impressionar que muitos grupos da “nova esquerda” no Ocidente apoie a luta do povo palestino contra o sionismo, uma vez que não há uma única alma no mundo que não tenha consciência do genocídio que é realizado pelo imperialismo israelense. É lamentável, no entanto, que muitas dessas mesmas pessoas se consideram apoiadores da Palestina sejam opositores da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) (e também de outros amigos do povo palestino, como é o caso da Síria). Em alguns casos, essas pessoas são simplesmente alienadas, mas em tantos outros podemos falar em oportunismo. Se a mídia imperialista se dedicasse a relatar, com alguma frequência, “atrocidades” cometidas pelas autoridades palestinas, os oportunistas abririam mão de seu apoio ao povo palestino sem pestanejar.

A luta do povo palestino, não obstante, será para sempre legítima. Não é responsabilidade de nenhum “esquerdista” dizer para qualquer povo oprimido pelo imperialismo como eles devem conduzir sua resistência ou quem são seus aliados. A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e a Palestina sempre foram países amigos e aliados. Um encontro de solidariedade foi realizado em Abril deste ano (2017) para celebrar os 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Desde o surgimento do Estado da Palestina, tanto ela como a RPDC estabeleceram embaixadas em ambos os países. Do outro lado da zona desmilitarizada, pode-se ver o regime fantoche da Coreia do Sul junto de seus senhores imperialistas, como os Estados Unidos, Japão, Israel, além de outras potências mundiais. Muito antes da maioria dos países ocidentais, que possuem relações muito bem estabelecidas com Israel, a RPDC já dirigia críticas bastante contundentes e severas ao país. “Afim de ocultar seu papel como desestabilizador da paz no Oriente Médio, os sucessivos governos israelenses tem sido capazes de falar sobre um ‘acordo de mísseis e cooperação nuclear’ entre a RPDC e os países do Oriente Médio. Não contente com isso, recentemente chegou a criticar o digno sistema social de nosso país”.

Para ver quem está de qual lado, a zona desmilitarizada oferece uma boa visão de como os diferentes países e governos enxergam questões vitais, como os direitos humanos. A Coreia do Sul, que é apoiada pelas forças imperialistas, é reconhecida por estas como o governo legítimo da Coreia; enquanto que as forças anti-imperialistas reconhecem a República Popular Democrática da Coreia como o governo legítimo da nação coreana. Temos, naturalmente, aqueles países que eram anti-imperialistas e posteriormente passaram para o lado do imperialismo. Quando o dinheiro e o capitalismo se tornaram mais importantes que a soberania e a liberdade em alguns países, estes quiseram abrir novos mercados ao tentar reconstruir relações com o regime fascista sul-coreano. O povo palestino está longe de ter sequer esta oportunidade, uma vez que o opressor israelense continua roubando seu território. O dia em que o povo palestino derrotar o inimigo sionista, é improvável que eles se esqueçam quem são seus verdadeiros amigos, e os oportunistas que encontramos no Ocidente não estarão entre eles.

Os povos coreano e palestino dividem muitas coisas importantes em comum – uma luta contra um invasor estrangeiro em seus respectivos territórios, uma luta pela liberdade e a soberania de todo seu povo, mas, o mais importante, é o ideal que compartilham. Uma vez que ambos os povos forjaram sua amizade como irmãos em armas contra um inimigo em comum, as forças imperialistas, é difícil de acreditarmos que os laços de amizade entre eles se rompam naturalmente, a não ser que um golpe pró-imperialista seja bem sucedido. Uma tentativa de golpe foi realizada pelo Fatah, com apoio norte-americano, em Junho de 2007, mas fracassou.

Durante uma recepção dada pelo embaixador palestino em Pyongyang, em homenagem ao aniversário do querido líder Kim Jong Il, o diplomata falou em seu discurso que: “a trajetória revolucionária de Kim Jong Il é um enorme exemplo de como um líder de Estado, possuidor de um pensamento brilhante e enormemente criativo; se dedicou à liberdade do país, à felicidade de seu povo e à vitória dos povos oprimidos” e observou:

“O povo coreano está dando um novo salto e realizando inovações em todas as áreas para construir a economia socialista sob a liderança do Marechal Kim Jong Un, que está conduzindo os avanços necessários para construir uma nação próspera, como sucessor da causa do presidente Kim Il Sung e Kim Jong Il”. A história de Jandallae Safarini (também conhecida como a filha adotiva palestina do presidente Kim Jong Il) nos diz muito sobre o verdadeiro amor e cuidado que o querido líder Kim Jong Il tinha com todos.

A solidariedade entre ambos os países e o apoio que a RPDC deu ao povo palestino em sua justa luta por sua pátria pode até mesmo ser considerado em termos de poderio militar. Durante a guerra do Yom Kippur em 1973, a RPDC enviou jatos militares (além de pessoal não-combatente) que estiveram diretamente envolvidos em combates contra as forças aéreas israelenses. O primeiro choque entre pilotos coreanos e israelenses foi no dia 06 de outubro – o primeiro dia de guerra. Houveram, naturalmente, mais interceptações durante a guerra. Esta foi, de fato, uma demonstração de solidariedade com os povos árabes. Uma vitória contra Israel resultaria que a Cisjordânia e a Faixa de Gaza voltariam a ser território palestino, conforme demandado pela Organização de Libertação da Palestina (OLP) e por Yasser Arafat. Desde a criação do Estado da Palestina em 1988, a RPDC reconhece sua soberania sobre todo o território israelense, com exceção das Colinas de Golã, que a RPDC reconhece como parte da Síria.

A RPDC fornece e continuará fornecendo apoio nos campos diplomático, educacional, cultural e militar ao povo palestino em sua luta legítima pela liberdade e independência. O fato da RPDC fornecer treinamento e apoio militar para movimentos de libertação nacional no Oriente Médio é muito incômodo para os imperialistas. Os Estados Unidos afirmam que ao menos 5 navios norte-coreanos foram interditados enquanto “transportavam armas para o Irã ou para algum de seus aliados não-estatais, como o Hamas ou o Hezzbollah”. Além disso, a RPDC possui um longo histórico de apoio a grupos armados palestinos. Nos anos 70, acredita-se que a RPDC forneceu apoio para a Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP) e para a Organização de Libertação da Palestina (OLP). Yasser Arafat visitou a Coreia Popular repetidas vezes enquanto era presidente da OLP, e os militantes desta organização muitas vezes treinavam na Coreia Popular. O imperialismo norte-americano, que constantemente tenta sabotar o sistema social e econômico da RPDC, chegou a “ordenar” que este país pagasse 378 milhões de dólares por um ataque realizado pela FPLP no aeroporto de Lod, em Israel, em 1972. Durante a campanha de bombardeios israelenses que matou mais de 2100 palestinos (em sua enorme maioria civis) em Gaza no verão de 2014, a RPDC foi mais uma vez ao tribunal internacional contra Israel, pelo apoio dado ao Hezzbollah, uma vez que este último havia ferido cidadãos americanos-israelenses com ataques de foguete durante a Segunda Guerra do Líbano em 2006... E também, uma vez mais, uma corte norte-americana “ordenou” que o Irã pagasse uma indenização de 10,5 bilhões de dólares por conta dos atentados de 11 de setembro, mesmo o Irã não tendo absolutamente nenhum envolvimento com o ataque ou com qualquer organização acusada de realiza-lo.

O que Israel e os sionistas pensam sobre a RPDC e o Marechal Kim Jong Un não é segredo. Eles declararam, como mencionado no início do artigo, seu ódio por este país. Em agosto de 2015, o jornal sionista “independente” Jerusalem Post, tinha a seguinte manchete: “De fato, a Coreia do Norte está diretamente ligada com quase todas as ameaças enfrentadas por Israel, e está na hora do Estado judeu fazer algo a respeito”. Quando o generalíssimo Kim Jong Il disse: “Eu sou objeto de críticas ao redor do mundo. Mas penso que, desde que esteja sendo criticado, estou no caminho certo”, ele se referia aos imperialistas. A RPDC chegou mesmo a desconsiderar Israel como um “Estado satélite do imperialismo”, uma vez que entende que ele não deve ser reconhecido como um Estado. Coisa que o querido líder Kim Jong Il sabia muito bem.

Da FKA - Irlanda