Quando Kim Il Sung, o grande líder do povo coreano e primeiro
presidente da República Popular Democrática da Coreia nasceu em
Pyongyang, mais exatamente em Mangiongdae em 15 de Abril de 1912, a
Coreia, hoje dividida entre Norte e Sul, era um só país ocupado
militarmente pelo Japão desde dois anos antes, 1910, quando foi imposto
ao país o Tratado de Anexação da Coreia ao Japão.
Nascido em
uma casinha simples de camponeses muito pobres, cresceu em meio a uma
família que cultivava o amor pela pátria e aspirava a que o país
recuperasse sua independência e soberania. Os japoneses obrigavam os
coreanos a trocarem seus nomes coreanos por nomes japoneses e proibiu
que falassem coreano, todos eram obrigados a aprender e falar japonês
dentro de sua própria terra.
Muito natural que Kim Il Sung,
seguindo os exemplos de seu pai, Kim Hyong Jik, morto em consequência de
torturas sofridas na prisão da polícia japonesa por defender a
independência do país quando ele era ainda muito pequeno, se tornasse em
sua tenra juventude um líder estudantil destacado, até se consolidar
como o grande líder da causa da independência de seu país comandando a
vitória de seu povo contra a cruel dominação do imperialismo japonês.
Nesse processo Kim Il Sung construiu o Exército Popular da Coreia, o
Partido do Trabalho da Coreia, estabeleceu as bases e formulações
centrais da Ideia Juche e da política de Songun, e, concretizada a
expulsão dos japoneses em 1945, organizou eleições que galvanizaram
todos os coreanos e fundou a RPDC como Estado independente, como a
pátria soberana, livre e socialista acolhedora de todos os coreanos
inclusive os mais de um milhão de coreanos que haviam sido levados a
força para o Japão e outras colônias nipônicas como escravos, parte dos
“esforços de guerra” do Japão em sua aliança com Hitler e Mussolini na
II Guerra.
Em 1950 os EUA sequiosos em se tornarem potência
hegemônica na Ásia do pós-guerra e depois de herdarem o apoio e as
posições ocupadas pelo Japão na capital, Seul, da qual não admitiam
abrir mão, os EUA invadiram militarmente a Coreia e obrigaram Kim Il
Sung a demonstrar mais uma vez sua genialidade de estrategista e sua
capacidade de liderança que impôs uma inédita derrota militar aos EUA,
país que saiu da II Guerra Mundial como o mais forte do mundo após
explodir a bomba atômica em Hiroxima e Nagasaki.
A vitória da
pequena Coreia de Kim Il Sung na Guerra da Coreia (1950-1953) contra o
gigante americano que reuniu para essa empreitada com o beneplácito da
ONU exércitos de mais 15 nações, chamou a atenção do mundo para o povo
coreano e seu grande líder que levou os EUA amargarem o pó da derrota.
Uma derrota militar vergonhosa, inaceitável e imperdoável para os
arrogantes norte-americanos que, entretanto, manipulando a ONU,
mantiveram a ocupação da parte sul do território da Coreia.
Kim Il Sung propôs que em lugar do Armistício, fosse assinado um tratado
de paz para por fim à guerra, mas o EUA desde então se recusam a
assinar a paz. Ao mesmo tempo o grande líder lançou o Programa dos 10
Pontos para a Reunificação da Pátria proclamando que “a Coreia é uma
só!” e chamou o povo à reconstruir a nação.
Em pouco tempo a
capital Pyongyang devastada pelos bombardeios americanos que não
deixaram nem um único edifício em pé constitui-se numa grande metrópole.
A RPDC é hoje um país desenvolvido, próspero, com capacidade
tecnológica própria para produzir quase tudo que o país precisa. A
saúde, habitação e a educação até a universidade é gratuita. O ensino de
no mínimo 12 anos é obrigatório. Música, dança, desenho, artes cênicas,
artes marciais e esportes em geral fazem parte do currículo regular.
Não há desemprego e as férias e o lazer das famílias são garantidos pelo
Estado para todos.
A política de Songun sabiamente proposta
por Kim Il Sung e aplicada magistralmente por Kim Jong Il, sucessor de
Kim Il Sung à frente do país, dotou a Coreia do poder nuclear de
dissuasão da guerra. Era preciso priorizar a defesa para garantir a
soberania nacional, a integridade territorial e impedir que uma guerra
fosse desatada contra a Coreia. Essa política segue sendo encaminhada
atualmente pelo máximo líder Kim Jong Un, na medida em que a Coreia
continua sendo vítima de ameaças nucleares, provocações e manobras
militares na sua fronteira, das sanções econômicas e de uma política
extremamente hostil em todos os níveis por parte dos EUA que não aceitam
que a RPDC seja um país fora de sua esfera de dominação numa região
estratégica para os seus interesses hegemonistas em relação à Rússia e à
China nas proximidades do Japão.
Ser o grande líder da Coreia e
fazer com que esse país cumprisse papel tão relevante na Ásia e na
preservação da paz mundial já seria suficiente para compreendermos a
importância de Kim Il Sung e valorizar seu legado, sua obra, mas ele foi
mais além ao contribuir decisivamente para a luta anti-imperialista de
todos os povos do mundo em todos os continentes seja por suas posições
claras na defesa dos interesses populares, seja pela coragem com que
conduziu a Coreia socialista tendo sempre no centro de suas ações o
povo, as massas populares, seja por seu compromisso com a liberdade e a
independência de todas as nações.
Festejemos pois nesse 15 de
Abril o 104º aniversário de Kim Il Sung, herói da Coreia, considerado e
amado como um pai por seu povo, respeitado e homenageado pelos povos do
mundo e temido por seus adversários aos quais nunca temeu.
ROSANITA CAMPOS
HORA DO POVO