sexta-feira, 15 de abril de 2016

Kim Il Sung, Patriarca da Coreia e fundador do Estado socialista


Quando Kim Il Sung, o grande líder do povo coreano e primeiro presidente da República Popular Democrática da Coreia nasceu em Pyongyang, mais exatamente em Mangiongdae em 15 de Abril de 1912, a Coreia, hoje dividida entre Norte e Sul, era um só país ocupado militarmente pelo Japão desde dois anos antes, 1910, quando foi imposto ao país o Tratado de Anexação da Coreia ao Japão.

Nascido em uma casinha simples de camponeses muito pobres, cresceu em meio a uma família que cultivava o amor pela pátria e aspirava a que o país recuperasse sua independência e soberania. Os japoneses obrigavam os coreanos a trocarem seus nomes coreanos por nomes japoneses e proibiu que falassem coreano, todos eram obrigados a aprender e falar japonês dentro de sua própria terra.

Muito natural que Kim Il Sung, seguindo os exemplos de seu pai, Kim Hyong Jik, morto em consequência de torturas sofridas na prisão da polícia japonesa por defender a independência do país quando ele era ainda muito pequeno, se tornasse em sua tenra juventude um líder estudantil destacado, até se consolidar como o grande líder da causa da independência de seu país comandando a vitória de seu povo contra a cruel dominação do imperialismo japonês.

Nesse processo Kim Il Sung construiu o Exército Popular da Coreia, o Partido do Trabalho da Coreia, estabeleceu as bases e formulações centrais da Ideia Juche e da política de Songun, e, concretizada a expulsão dos japoneses em 1945, organizou eleições que galvanizaram todos os coreanos e fundou a RPDC como Estado independente, como a pátria soberana, livre e socialista acolhedora de todos os coreanos inclusive os mais de um milhão de coreanos que haviam sido levados a força para o Japão e outras colônias nipônicas como escravos, parte dos “esforços de guerra” do Japão em sua aliança com Hitler e Mussolini na II Guerra.

Em 1950 os EUA sequiosos em se tornarem potência hegemônica na Ásia do pós-guerra e depois de herdarem o apoio e as posições ocupadas pelo Japão na capital, Seul, da qual não admitiam abrir mão, os EUA invadiram militarmente a Coreia e obrigaram Kim Il Sung a demonstrar mais uma vez sua genialidade de estrategista e sua capacidade de liderança que impôs uma inédita derrota militar aos EUA, país que saiu da II Guerra Mundial como o mais forte do mundo após explodir a bomba atômica em Hiroxima e Nagasaki. 

A vitória da pequena Coreia de Kim Il Sung na Guerra da Coreia (1950-1953) contra o gigante americano que reuniu para essa empreitada com o beneplácito da ONU exércitos de mais 15 nações, chamou a atenção do mundo para o povo coreano e seu grande líder que levou os EUA amargarem o pó da derrota. Uma derrota militar vergonhosa, inaceitável e imperdoável para os arrogantes norte-americanos que, entretanto, manipulando a ONU, mantiveram a ocupação da parte sul do território da Coreia. 

Kim Il Sung propôs que em lugar do Armistício, fosse assinado um tratado de paz para por fim à guerra, mas o EUA desde então se recusam a assinar a paz. Ao mesmo tempo o grande líder lançou o Programa dos 10 Pontos para a Reunificação da Pátria proclamando que “a Coreia é uma só!” e chamou o povo à reconstruir a nação.

Em pouco tempo a capital Pyongyang devastada pelos bombardeios americanos que não deixaram nem um único edifício em pé constitui-se numa grande metrópole. A RPDC é hoje um país desenvolvido, próspero, com capacidade tecnológica própria para produzir quase tudo que o país precisa. A saúde, habitação e a educação até a universidade é gratuita. O ensino de no mínimo 12 anos é obrigatório. Música, dança, desenho, artes cênicas, artes marciais e esportes em geral fazem parte do currículo regular. Não há desemprego e as férias e o lazer das famílias são garantidos pelo Estado para todos.

A política de Songun sabiamente proposta por Kim Il Sung e aplicada magistralmente por Kim Jong Il, sucessor de Kim Il Sung à frente do país, dotou a Coreia do poder nuclear de dissuasão da guerra. Era preciso priorizar a defesa para garantir a soberania nacional, a integridade territorial e impedir que uma guerra fosse desatada contra a Coreia. Essa política segue sendo encaminhada atualmente pelo máximo líder Kim Jong Un, na medida em que a Coreia continua sendo vítima de ameaças nucleares, provocações e manobras militares na sua fronteira, das sanções econômicas e de uma política extremamente hostil em todos os níveis por parte dos EUA que não aceitam que a RPDC seja um país fora de sua esfera de dominação numa região estratégica para os seus interesses hegemonistas em relação à Rússia e à China nas proximidades do Japão.

Ser o grande líder da Coreia e fazer com que esse país cumprisse papel tão relevante na Ásia e na preservação da paz mundial já seria suficiente para compreendermos a importância de Kim Il Sung e valorizar seu legado, sua obra, mas ele foi mais além ao contribuir decisivamente para a luta anti-imperialista de todos os povos do mundo em todos os continentes seja por suas posições claras na defesa dos interesses populares, seja pela coragem com que conduziu a Coreia socialista tendo sempre no centro de suas ações o povo, as massas populares, seja por seu compromisso com a liberdade e a independência de todas as nações.

Festejemos pois nesse 15 de Abril o 104º aniversário de Kim Il Sung, herói da Coreia, considerado e amado como um pai por seu povo, respeitado e homenageado pelos povos do mundo e temido por seus adversários aos quais nunca temeu.

ROSANITA CAMPOS
HORA DO POVO