terça-feira, 7 de junho de 2011

Líder coreano Kim Jong Il realiza visita à China


Na última quinzena de maio, o dirigente da República Popular Democrática da Coréia, Kim Jong Il, secretário-geral do Partido do Trabalho da Coréia e presidente do Comitê de Defesa Nacional, realizou uma visita à República Popular da China a convite de Hu Jintao, secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China e presidente da República Popular da China.

Por Pedro Oliveira

A visita ganha papel de destaque no quadro geopolítico da Ásia, onde as forças imperialistas – especialmente os Estados Unidos – procuram manter suas posições numa região onde as forças norte-americanas vão paulatinamente perdendo sua hegemonia acachapante que remonta ao final da Segunda Grande Guerra. Naquela ocasião, o exército dos EUA exterminou duas cidades japonesas Hiroxima e Nagasaki, matando e ferindo milhões de pessoas com bombas atômicas, já quando os japoneses haviam perdido seu poder de fogo no Eixo.

Os governos de vários presidentes americanos, de Harry Truman a Barack Obama, sempre procuraram intervir na política asiática, sustentando forças políticas e governos conservadores e reacionários na Coréia do Sul e Japão. Mais recentemente os serviços secretos estadunidenses -- em acordo com as Forças Armadas da Coréia do Sul – se esforçaram para promover um conjunto de provocações à RPD da Coréia e seu povo, na tentativa de manter o cerco econômico e político que completará logo mais 60 anos.

Por isso, esta visita do dirigente Kim Jon Il ganha importância, ao realizar um encontro de cúpula com os dirigentes chineses que se segue a outros dois ocorridos ainda neste ano de 2011.

Delegação de cientistas sociais coreanos visita o Brasil
No Brasil, com o objetivo de também fortalecer os laços de solidariedade entre os dois povos e dois países, esteve em visita a Brasília uma delegação de cientistas sociais da Coréia.
Buscando uma interlocução com entidades e intelectuais na área de ciências sociais, estiveram em visita ao Brasil, na primeira quinzena de maio, membros da associação Coreana de Cientistas Sociais, Ri Yong Sik e Pak Myong Chol, respectivamente vice-presidente e secretário xecutivo da entidade.

Em Brasília, como em outras cidades no país, a delegação estabeleceu contatos e troca de opiniões com uma série de entidades, universidades e personalidades brasileiras. Os intelectuais coreanos se encontraram em Brasília com dirigentes políticos do PCdoB, liderados pelo secretário de Relações Internacionais, Ricardo Alemão Abreu, acompanhado por Fredo Ebling, membro da Comissão de Relações Internacionais.

O Embaixador da República Popular Democrática da Coréia, Ri Hwa Gun, além de outros representantes da embaixada, apresentaram os cientistas coreanos aos comunistas brasileiros.

Em sua intervenção, o vice-presidente da Associação Coreana de Cientistas Sociais, Ri Yong Sik, fez uma exposição sobre o pensamento atual a respeito da filosofia social coreana. “Este pensamento está consubstanciado na Ideia Juche”, disse ele, “filosofia baseada nas massas populares e que tem como meta desenvolver a consciência de que o homem decide tudo”, especialmente sob os seguintes aspectos: “Os problemas da revolução coreana devem sempre ser analisados dentro das características próprias da Coréia – preservando a autonomia e a independência – claro que levando em consideração a experiência mundial de construção do socialismo. Neste processo tivemos o cuidado de não ficarmos dependentes destas outras experiências. Nossos posicionamentos são estabelecidos em função dos interesses da nação coreana e logo após termos conquistado o poder popular, lançamos um projeto de desenvolvimento econômico e cultural de longo prazo. Neste sentido, o Partido do Trabalho da Coréia não copiou o chamado modelo soviético”, na época a experiência mais importante de construção socialista.

O cientista Yong Sik lembrou que no início da década de 1950 os Estados Unidos desencadearam uma guerra de agressão e de intervenção aberta na Península Coreana, promovendo uma política de sanções e bloqueios à Coréia do Norte, tentando até hoje sufocar o desenvolvimento soberano e a unificação do povo coreano. Mesmo assim, disse Yong Sik, “foi possível construir uma infra-estrutura sólida no Norte e que agora a grande tarefa é a de constituir uma indústria ligeira, capaz de fornecer as mercadorias para consumo interno e para exportação. Nosso objetivo é salvaguardar a soberania nacional. Antes, enquanto existia o campo socialista na Europa do Leste, tínhamos condições de estabelecer um comércio onde negociávamos fertilizantes e carvão principalmente. Com o desaparecimento destes mercados, tivemos que buscar novas fontes de energia. Hoje em dia não utilizamos mais o carvão para a produção de aço e aceleramos o desenvolvimento da ciência e da tecnologia para solucionarmos outros problemas de projeção estratégica, como a capacidade de possuir energia nuclear e dominar a tecnologia de ponta na engenharia militar”.

A cooperação entre o Brasil e a Coreia Popular
Neste ano de 2011 se comemora o 10º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre o Brasil e a Coreia Popular. Vários convênios técnicos já foram firmados entre os dois países, alguns deles inclusive ainda esperam aprovação no parlamento brasileiro. A cooperação econômica, especialmente na área da agricultura, se desenvolve através da Embrapa, como lembrou o embaixador coreano Ri Hwa Gun durante sua apresentação. A soja tem sido o assunto mais importante nesta esfera. Outros projetos e até um programa de ajuda humanitária estão em curso atualmente entre o Brasil e a Coreia. Em seu último dia de governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a doação de 14 mil toneladas de alimentos ao país amigo. É uma decisão de governo o incremento deste tipo de ajuda à Coreia.

O cientista Yong Sik, por fim, anunciou que em abril de 2012 serão comemorados os 100 anos de nascimento do líder Kim Il Sung, e que os coreanos entrarão em uma nova fase de desenvolvimento da nação, sempre se baseando nas próprias forças, tornando o país mais próspero e progressista. 



Fonte: Portal Vermelho